‘Sensação de que tenho que ser melhor que uma pessoa branca para ser reconhecida’, desabafa Ludmilla

Cansada de tantas críticas e preconceito que sofre nas redes sociais, Ludmilla acredita que deveria existir um  maior controle em relação aos usuários para poder tornar a web um lugar mais saudável.

 “As redes se tornaram uma terra de ninguém, um prato cheio. Qualquer um pode comprar um chip de R$ 5, criar um perfil falso e sair destilando ódio. Na hora de criá-lo, deveria ser obrigatório, por exemplo, cadastrar o CPF. Muita gente deixa de cometer crimes porque sabe que pode ser preso. Já internet, quem ataca os outros tem certeza de que seguirá impune”, disse a cantora em entrevista à revista Veja Rio.

Pronta para a briga, ela tem levado os casos para a Justiça, mas o preconceito fez com que ela diminuísse a exposição de sua vida na internet.

“A discriminação aumentou com a fama. Através da música, conquistei um espaço que é, ao mesmo tempo, maravilhoso e problemático. Muita gente não aceita que uma mulher negra e pobre chegue a um lugar de destaque. Aprendi a duras penas ser mais reservada, a não expor o cotidiano da minha família. Até uns anos atrás, eu mostrava minha vida toda ali. Agora, pensando na minha saúde mental, exponho o mínimo possível”,  disse.

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“A sensação é de que eu tenho que ser três vezes melhor que uma pessoa branca para ter meu talento reconhecido. É uma realidade bem triste, mas a minha arma é o microfone. Já vi gente que me xinga no Instagram, mas grava vídeos dançando minha música”, completou.

Esta não é a primeira vez que Ludmilla fala a respeito de preconceito. Em entrevista passada para a revista JP, ela declarou: “Já sofri muito e ainda sofro preconceito. Teve marca que queria uma cantora para representá-la, mas por ser negra disse que eu não servia. As pessoas tentam tapar o sol com a peneira, mas ainda acontece demais.”

PRECONCEITO COM DIVULGAÇÃO?

Ludmilla é de longe uma das artistas mais populares da atualidade, sempre se destacando nas plataformas digitais entre as cantoras mais ouvidas do Brasil.

Por conta disso, ela frequentemente recebe convites badalados para se apresentar musicalmente como foi o caso de um pocket show no intervalo da NBA, principal associação de basquete dos Estados Unidos, em junho deste ano.

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Todavia, pouco foi comentado da performance, levando um fã a questionar “por que não tem ninguém falando da Ludmilla se apresentando no halftime da NBA?”, e ela mesma respondeu.

“Porque não importa o que eu faça de bom, o quanto eu ajude a realizar coisas boas. As pessoas, geralmente, teimam em querer ver somente as nossas falhas, ainda mais na internet, onde todos esses que me apedrejam são perfeitos. Por isso eles não vão falar da NBA e afins, não vai dar a mesma quantidade de likes”, disparou ela.

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Porém, ela não deixou de um tuíte antes celebrar sua apresentação e conquistar de aparecer no intervalo da NB.

“Tô até agora de cara que ontem, me apresentei no intervalo da NBA, que é considerada a principal liga de basquete do mundo, fui dormir pensando e acordei pensando, nunca imaginei isso, Deus é demais”, celebrou.

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