Série sobre Bussunda estreia sob direção da filha do humorista
Por Flavia Cirino - 17/06/21 às 08:20
Júlia Besserman acreditava que o pai, Bussunda, era um super-herói e que o poder dele vinha da enorme barriga. É desta parte do corpo também a primeira lembrança que ela guarda do falecido humorista. O com abarriga que ele a protegeu de um caldo “absurdo” no mar. Passados 15 anos da morte do artista, vítima de uma parada cardíaca, estreia nesta quinta-feira (17) a série documental “Meu Amigo Bussunda”, no Globoplay. Julia assina a direção e o roteiro do quarto episódio.
“Foi muito emocionante e catártico revisitar lembranças, separar fotos e vídeos. Eu não assistia ao programa desde sua morte. Relembrei personagens, piadas. A discussão sobre o humor dele era um debate que eu precisava ter comigo mesma para tentar entender um pouco melhor o trabalho do meu pai. Por isso coloquei no quarto episódio”, contou Júlia ao G1.
A celebração da vida e obra do humorista, famoso no extinto programa “Casseta e Planeta”, é dirigida também pelo amigo Claudio Manoel e por Micael Langer.
“Revisitar a vida e a obra do Bussunda foi um processo intenso, visceral, mas também necessário e revigorante. A dor de sua morte foi esmagadora, lidar com isso exigiu muito esforço e consumiu tempo”, disse Claudio Manoel.
“Fazer essa série foi um jeito de voltar a estar perto, viajar e ‘conversar’ de novo com ele. E também revisitar a falta que ele faz”, finalizou.
Copa do Mundo de 2006
Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda, sofreu um ataque cardíaco em 2006, na Alemanha. O ator estava no país a trabalho para as gravações do programa “Casseta & Planeta” na Copa do Mundo daquele ano.
O documentário tem imagens inéditas da Copa e também mostra a infância, a origem do apelido, a entrada na Globo e a criação do programa humorístico que fazia parte desde 1992.
A história é contada de forma cronológica em três dos quatro capítulos com entrevistas de parentes, amigos, colegas e integrantes da equipe do “Casseta & Planeta”. Vera Fischer, Maria Paula, Zico e Débora Bloch estão entre os entrevistados.
Júlia tinha apenas 12 anos quando o pai morreu. Hoje, aos 27, ela problematiza as piadas politicamente incorretas feitas pelo pai no “Casseta & Planeta” (“vi e falei: ‘nossa'”), mas também herdou o humor de Bussunda.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino