Thalles Cabral, o Jonathan de Amor à Vida, diz que nasceu para ser ator

Por - 18/09/13 às 08:29

Divulgação/TV Globo/Alex Carvalho

Thalles Cabral, o Jonathan de Amor à Vida, é uma cara nova na televisão, mas o ator já vem de uma sólida experiência nos palcos.

Nascido em Porto Alegre, Thalles começou estudar teatro ainda na infância, aos 7 anos de idade e logo descobriu que aquela era seria uma das grandes paixões de sua vida – a outra é a música.

Em 2009 o jovem mudou-se para São Paulo e iniciou seus estudos na Escola de Atores Wolf Maya, formando-se em 2012.

A oportunidade para viver o revoltado filho de Félix (Mateus Solano) em Amor à Vida veio primeiro com um teste para o personagem e após várias etapas Thalles foi aprovado para o papel e foi informado que estaria na trama do horário nobre da Globo um dia antes do dia que diziam que o mundo ia acabar, em 21 de dezembro de 2012. Estava marcado o início de sua trajetória na telinha.

Em conversa com a reportagem de O Fuxico, Thales falou sobre a decisão de se tornar ator, sobre o problemático Jonathan e sobre seu dia-a-dia.

 

O Fuxico: Thalles, você é jovem. Quando decidiu que queria ser ator?

Thalles Cabral: Desde pequeno meus pais sempre me levaram ao teatro, sempre fiz parte deste meio artístico. Aos sete anos, pedi para que me matriculassem em uma escola de teatro e desde então não parei mais. Fiz três cursos de interpretação em Curitiba, participei de mais de 25 espetáculos e me formei como ator em 2012.

OF: Já havia feito outros trabalhos na televisão, antes do Jonathan de Amor à Vida?

TC: Não, essa é a minha estreia na televisão.

OF: Como surgiu o convite para a trama de Walcyr Carrasco?

TC: Não foi um convite. Eu me formei no curso profissionalizante da Escola de Atores do Wolf Maya em setembro de 2012. Fui chamado para fazer o teste para a novela um mês após a conclusão do curso. Os testes foram divididos em etapas. Nesse processo, eles estavam testando vários atores para diversos personagens. Tentei não criar muitas expectativas. Fui sendo aprovado nas etapas e o resultado saiu dois meses depois. Lembro que recebi a ligação um dia antes do “fim do mundo” (21/12), foi uma data bem marcante (risos).

OF: Você fez algum tipo de laboratório para interpretar esse papel?

TC: Assisti a muitos filmes. Já sou apaixonado por cinema, inclusive estava cursando cinema na faculdade, portanto fiz uma lista de filmes com personagens jovens e problemáticos e comecei uma maratona de filmes. Fui pegando o que eu achava mais bacana e que ficaria interessante no Jonathan, e fui criando esse personagem com essas referências. Procurei informações e estudos na psicologia também.

OF: Existe algo em comum entre você e o personagem?

TC: Acho que talvez o lado introspectivo e maturidade.

OF: Qual o ponto mais complicado desse trabalho?

TC: A complexidade do personagem, pois o Jonathan tem várias facetas e nuances, assim como qualquer pessoa, principalmente adolescente. Acho de uma extrema superficialidade e mau gosto a forma como diversos filmes e algumas novelas abordam os jovens. Muitas formas são totalmente ultrapassadas, e muitas vezes os jovens não se identificam nem um pouco. Os jovens não são daquele jeito. E eu gosto bastante da forma como o Walcyr conta a história do Jonathan. Ele é rebelde por uma razão, é resultado de uma criação. Muitos jovens são introspectivos também, eu sou um deles. Acho ele bastante maduro para a sua idade e para as reações que ele tem em algumas situações. Me identifico com ele nesse sentido.

OF: O Jonathan já teve cenas fortes, marcantes. Como foi para você viver essas situações com seu personagem? Como você sai de cenas assim?

TC: Quando recebi essas cenas mais delicadas, estudei bastante. Nos dias de gravações, fiquei o dia todo dentro do estúdio ouvindo música e me concentrando para essas cenas. Mas quando saio do estúdio, desconstruo tudo isso e volto a ser o Thalles (risos).

OF: O Jonathan anda de skate, você já praticava o esporte ou aprendeu mesmo para a novela?

TC: Eu tive um skate há muito tempo atrás, mas era muito pequeno, não sabia nada de manobra. E eu não sabia que o personagem teria qualquer relação com o skate. Quando li no roteiro, levei um susto. No dia seguinte a produtora me ligou “Thalles, pois é. O Jonathan anda de skate. Você manja alguma coisa?”, respondi: “Então, veja bem. Quando eu começo as aulas?” (risos).

OF: Como você acha que será o final do Jonathan? Quando descobrir que o avô, na verdade é o pai dele?

TC: Espero que ele seja feliz nessa família, depois de todos esses problemas, segredos e revelações. Não acho que ele vá aceitar bem o fato de ser filho do avô, vai se sentir traído por ter passado todos esses anos vivendo nessa mentira. Mas essa novela é uma surpresa, né. O Walcyr me surpreende o tempo todo com os capítulos que chegam. O próprio Jonathan me surpreende em várias cenas, eu nunca sei bem como ele vai reagir.

OF: Deixando de lado a novela, como é seu dia-a-dia? O que você gosta de fazer nos momentos de folga?

TC: Moro em São Paulo, por isso vou toda semana para o Rio para gravar. Cada semana é uma coisa diferente e requer prioridades diferentes. Não tenho mais rotina. Na verdade eu não gosto muito de ter momentos de folga. Quando estou sem muita coisa pra fazer, trato logo de inventar algo. Preciso estar sempre criando, produzindo, estar relacionado com a arte. Quando estou em São Paulo, vou ao estúdio para trabalhar no meu disco e faço coisas relacionadas ao trabalho musical. Atualmente estou na produção do meu próximo videoclipe, da faixa “Feeling Bad”.

OF: Você pensa em seguir mesmo a carreira de ator? Ou tem outras coisas que pretende fazer profissionalmente?

TC: Pretendo seguir. Nasci pra fazer isso. Não me imagino fazendo outra coisa. Quero também explorar esse lado musical, trabalhar como roteirista e diretor. Comecei a cursar cinema ano passado, mas decidi trancar para me dedicar completamente à novela, mas essa é uma outra área que me interessa bastante.

OF: Já tem outros trabalhos pela frente, seja na TV, teatro ou cinema?

TC: Tenho vários projetos guardados na gaveta. Quando terminar a novela, quero começar a trabalhar neles. Preciso voltar para os palcos, sinto muita falta do teatro.

OF: Você é de que lugar do Brasil? Teve que se mudar para o Rio por conta da novela? Adaptou-se bem à cidade?

TC: Nasci em Porto Alegre, morei em Curitiba por 10 anos, moro em São Paulo e viajo pro Rio toda semana. Estou aprendendo a gostar do Rio, não conhecia quase nada. É uma cidade muito bonita e inspiradora.

OF: Tem algum papel que você tem o sonho de viver um dia?

TC: Sim, no teatro. Garcin, (“Entre Quatro Paredes”, do Sartre) e Trepliov (“A Gaivota”, do Tcheckhov).

 

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