Tóquio 2020: Arthur Zanetti cai nas argolas e perde chance de medalha
Por Redação - 02/08/21 às 08:57
Seria a terceira medalha olímpica consecutiva de Arthur Zanetti, nas argolas, mas não deu. Ao fazer a série na final do aparelho no Centro de Ginástica Ariake, nesta segunda-feira, 02 de agosto, o ginasta primeiro a se apresentar, arriscou tudo ao executar um triplo mortal grupado. Embalou uma grande série, mas uma falha na aterrissagem fez com que perdesse o equilíbrio.
Zanetti caiu de joelhos e o impacto no colchão fez com que o público presente à arena reagisse com um “Oh”, em uníssono. Ao cumprimentar a arbitragem e as poucas pessoas presentes, o atleta de 31 anos foi bastante aplaudido.
O paulista, que foi medalhista de ouro nas argolas em Londres-2012 e prata na Rio-2016, recebeu nota 14,133 e ficou apenas na oitava posição entre os oito finalistas.
O pódio teve dobradinha chinesa. O ouro ficou com Yang Lui, que teve nota 15,500, e Hao You (15,300) faturou a prata. O grego Eleftherios Petrounias (15,200), campeão olímpico no Rio, não cravou a saída e ficou com o bronze.
RISCO CALCULADO DO ATLETA
Após a prova, Arthur Zanetti explicou que a opção pelo triplo na saída foi um risco calculado em busca de uma medalha, inclusive por ter sido o primeiro a se apresentar.
“A gente já fez nosso papel em 2012. O que viesse a partir de lá seria lucro. A gente foi para o tudo ou nada. Se a gente fizesse a nossa rotina, a gente não ia para o pódio”, disse.
“A gente aumentou a nota de partida com a saída, mas é uma saída muito difícil, de muita precisão. Tentamos. Arriscamos. Desta vez, não deu certo, mas vamos trabalhar para o futuro”, lamentou, ressaltando o ouro conquistado em Londres-2012.
Zanetti disse ainda que poderia ter feito algo diferente dependendo da ordem de apresentação na final. Ele destacou que foi necessário arriscar já que não era possível esperar para saber as notas de seus rivais antes de subir nas argolas.
“A gente já vinha decidindo o que iríamos fazer. Provavelmente, seria o triplo mesmo. Quando saiu a classificação, a gente seria o primeiro a apresentar, então não tinha o que fazer, era mandar tudo para o alto mesmo. Se acertasse, a chance de estar no pódio era grande.”
CONCENTRAÇÃO E FOCO
O ginasta exibiu uma série com 59 segundos com dez elementos. Um dos pontos extraordinários de Zanetti é a capacidade de concentração. Ele afirma que não escuta nada quando vai iniciar sua série. O ginasta só presta atenção nos movimentos e no próprio corpo.
Acompanhado por psicólogos desde os 9 anos de idade, atualmente ele conta com o suporte de Maria Cristina Miguel. Seu foco é tamanho que no alto do Pão de Açúcar, cartão postal do Rio de Janeiro, com as argolas montadas para um comercial da Adidas, ele só percebeu que não tinha visto a paisagem quando um produtor perguntou como era.
Em Tóquio, ele e o técnico Marcos Gotto treinaram uma nova saída em segredo, com um triplo mortal. Seria a chance de medalha se não tivesse perdido um ponto de execução. Acontece!
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