Vem cá, Bastião! Não se avexe, guri! Se saia! BBB21 destaca diversidade de sotaques e expressões
Por Redação - 06/02/21 às 08:00 - Última Atualização: 6 abril 2021
Esqueça as tretas por um instante. Além de lições de “como não tratar o próximo”, esta edição do Big Brother Brasil tem acenado para a diversidade de sotaques e, claro, vocabulários regionais.
Com a paraibana Juliette, o pernambucano Gilberto Nogueira, os goianos Caio Afiune e Rodolffo, o gaúcho Nego Di e a curitibana Karol Conká, expressões regionais muitas vezes não tão conhecidas pelos outros confinados, ganham destaque e nos mostram como é intenso e deve ser respeitado o estilo de cada um.
Empatia, uma das palavras que mais tem sido dita de uns três anos pra cá, tem faltado um pouco, em especial com Juliette, e dá os braços ao preconceito. A nordestina, desde o início do reality, tem sido a mais atacada pelo seu jeito. O preconceito não deu trégua na festa de sábado (30), quando Karol Conká imitou o sotaque de Juliette, para Fiuk e Gil. Projota também imitou o jeito de falar da paraibana, diante das risadas inoportunas da rapper e Nego Di.
Primeira eliminada, a cearense Kerline não dava margem para ataques ao seu sotaque, mas não teve muito tempo para nos mostrar mais um pouco.
Lukas Koka, por sua vez, foi zoado por seu ídolo, Projota, justamente pelo jeitão de cria da ZL paulistana. Com Gilberto, ninguém ainda implicou. Com Karol, quem se atreve? E Nego Di… ah, deixa ele pra lá, capaz!
Em contrapartida, a dupla Caio & Rodolffo tem protagonizado momentos impagáveis com seus causos recheados de expressões únicas.
Especialistas destacam que as características do sotaque são parte importante da identidade de uma pessoa, da forma como as pessoas interagem e como são vistas por um grupo.
"O sotaque é uma marca social muito forte, mais forte do que a aparência nas relações. Quando você olha para alguém, você não consegue saber de onde ela é, mas quando ela abre a boca, você já consegue categorizar e recuperar todo aquele estereótipo", diz Luana Souza, doutora em Psicologia e professora da Universidade de Fortaleza.
Destacamos algumas situações desta edição e de anteriores, para ressaltar o tanto que se fala diferente nesse nosso Brasilzão, uai!
Respeite os caipiras
Caio e Rodolffo, já são vistos como dupla e não dá pra imaginar um Bastião sem o outro. Tão leves (estamos falando sobre sotaques e expressões, não sobre estratégias, jogos e tal!) e divertidos como Rodrigo Cowboy, vencedor do BBB2; Dhomini, campeão do BBB3; Grazi Massafera, vice do BBB5; Cézar Lima, o campeão do BBB15 (como esquecer aquela maneira única de se expressar?) e Daniel Lenhardt, do BBB20, ficaram marcados pelo forte sotaque do interior.
Ao ser preterida por Karol Conká, Juliette chegou a dizer que tentaria mudar o sotaque. Segundo a especialista, na tentativa de ser aceito socialmente, as pessoas amenizam o sotaque ou tentam falar de acordo com o sotaque predominante.
"Existe um preconceito com os sotaques do Nordeste e também relação ao R mais caipira. É bem lamentável", disse Luciane.
O Nordeste aplaude Juliette
Não por acaso, desde que os ataques a Juliette começaram, o povo Nordestino, em especial, se uniu para incentivar a sister. Ressaltando a união dos nove estados que compõem a maior região do Brasil, uma campanha logo foi criada: Mexeu com uma, mexeu com toda a região.
“Agora eu me ‘enfezêi’. Porque se ela ligou o modo turbo, a gente liga o modo retroescavadeira. Segura a onda, Juliette, que a gente daqui garante essa ressaca”, escreveu Silvero Pereira.
A paraibana Flay, do BBB20, disse que já esteve na mesma situação de Juliette e apoiou a sister.
"Isso não existe, não mude, Juliette, você não faz personagem, você é foda, dá a cara tapa, sulista arrogante e prepotente que lute para lhe entender, ninguém é superior a você", escreveu.
Outra paraibana, GKay também incentivou a advogada e maquiadora.
"O sotaque da Juliette, aí que delícia, melhor sotaque sim", disse.
Cearense, Wesley Safadão se pronunciou.
"Tenho muito orgulho do meu Nordeste".
Xand Avião contou que já foi alvo de piadas por conta de seu sotaque.
"Quando cheguei do RN aqui no CE a galera ria do jeito que eu falava".
A Piauiense Elana Valenária, do BBB18, se revoltou.
Fica a dica: os falares do povo não são iguais num país imenso e cheio de sotaques regionais, como o Brasil. Vamos respeitá-los?
“Xenofobia não passa de falta de educação e de boas aulas de Geografia”.
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