Crítica: Filmes de heróis chegaram ao seu ápice e declínio?

A pergunta que vem sendo feita há algum tempo e que não quer calar é sobre os sucessos de bilheterias esmagadoras: Filmes de herói ganharam seu ápice e agora parece que entram em declínio. Se lá no começo da Saga do Infinito da Marvel tudo parecia um horizonte de possibilidades, hoje tudo parece grandes engrenagem girando lentamente para então chegarmos a algo concreto. Lá atrás me lembro que era quase impossível assistir ao filme de super heróis nos cinema se você não comprasse algum ingresso antecipado. Claro, nem todos, porém, os cabeças de chave eram literalmente impossíveis de ter a sorte para conseguir ingressos para todos que iam juntos no mesmo dia.

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Acontece que acostumamos mal a indústria de cinema ou ela se adequou a um público mais voraz e que quer consumir tudo a toda hora e todo instante? A resposta é: Os dois. Na primeira, você precisa assistir para ter uma opinião e então formar uma linha de raciocínio. É impossível falar o que achou de algo sem ao menos ter algum contato com aquilo. Então sim, acabamos entrando em modo automático e comprando o ingresso para um evento cinematográfico. Daí geralmente as pessoas saem: Aclamando, confusas ou decepcionadas.  E na segunda, geralmente ela vem acompanhada de tudo isto e do fato que tudo hoje tem um prazo de validade, junto com streamings querendo entregar novidades e novos conteúdos a todo instante.

Como isto afeta Marvel e DC? Simples! Se anteriormente existia uma linha temporal para as coisas acontecerem junto com cada filme, repleto de seus easter eggs e momentos intensos que conectavam um ao outro…. Agora, 2h de filme, aventuras, pancadarias, socos e tiros se resumem em 15 minutos finais. Ou seja: Você acaba assistindo um filme que se justifica no final. E também, nada vem sendo tão empolgante quanto já foi um dia.

A Marvel, por exemplo, saiu de uma fase 4 morna, sem sal e digna de ser deixada ali de lado, com poucos momentos memoráveis, tais quais as ótimas “Loki” e “WandaVision”, junto com a animação “What If”. Mas, a fórmula está lá presente ainda. “Homem- Aranha: Sem Volta Para Casa” entrega fan service a medida que entrega bom roteiro e direção.  A sensação que fica ao assisir “Thor: Amor e Trovão”; “Homem Formiga: Quantumania” e “Dr Estranho no Multiverso da Loucura” era que seriam muito mais, podiam ser muito mais, deveriam ser muito mais…. No entanto, entregam enredos bem devagar, ligações aos universos só lá em seu final, ressalvas aqui “Homem Formiga” que apresentou o vilão novo de forma contínua em seu novo longa.

A gente ainda olha para as produções da DC que acabam sempre entregando algo menos memorável. Com exceções de “Batman” com Robert Pattinson, uma grata surpresa, e “Coringa”…. É separar pelos em ovos, justamente porque as entregas tem sido polêmicas e o calendário uma zona. “Shazam 2” entrega aquele filme de sessão da tarde bem distante do brilhantismo de seu primeiro, “Adão Negro” é um apanhado de ideias com um monte de efeitos e com suas motivações apenas lá no final…. “Aquaman 2” teve a má sorte de ser colocado na polêmica de Amber Heard e Johnny Deep.

No final, é uma resposta simples: O ápice rolou. E com isto, o nível ficou muito elevado, o patamar ficou em outro lugar, e os fãs esperam mais, muito mais. O declínio em si pode acontecer, se já não está acontecendo, uma vez que a produção excessiva vem sendo mostrada, e a pressa de obter resultados financeiros urgente vem se mostrando superior ao que deveria ser levado em conta. Apostar em um filme que tenha um rosto amado por milhares é muito fácil e gera um retorno bom, em geral. Não é sempre que teremos um “Endgame” também, em qualidade e em estouro de bilheteria. Mas, também, os filmes solos já tiveram seus melhores momentos, e agora, não é o melhor momento deles, de longe.

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