Como anda a Greve de Hollywood? Saiba tudo!

Por - 25/09/23 às 13:00

roteiristas de hollywood fazendo greveFoto: Grosby Group

Como se sabe, Hollywood passa por uma greve de atores e roteiristas que impactou com força o setor do entretenimento em três partes: Os estúdios; os consumidores e principalmente os trabalhadores. Na primeira instância, digamos assim, as grandes produtoras norte americanas, como Sony Pictures e Netflix, tiveram que adiar seus próximos lançamentos por conta da greve. O que nos leva ao segundo: Os atores que não puderam divulgar seus trabalhos e aderiram à greve, como Margot Robbie e Bruna Marquezine, em prol de profissionais menores, aqueles que ajudam a deixar o filme ainda mais completo com suas participações.

Por fim, o público, pois as decisões tomadas pelas duas frentes impactam diretamente o consumidor final. Uma decisão provisória pode ter dado uma luz no fim do túnel e dar uma solução para a maior greve dos roteiristas da história, que foi validada na sequência pela greve dos atores. Em um novo comunicado, a greve do sindicato dos escritores Norte-Americanos (Writers Guild of America) foi informado que um acordo provisório pode ter sido acertado entre os estúdios e os grevistas, mas apenas para os roteiristas. Atores seguem em greve:

“Chegamos a um acordo provisório, o que significa um acordo de princípio sobre todos os pontos em questão, sujeito a uma redação contratual final. Podemos dizer, com muito orgulho, que este acordo é excepcional, com conquistas e proteções significativas para roteiristas de todos os setores”.

roteiristas e atores fazendo piquete de greve no escritório da netflix
Foto: Grosby Group

Sem maiores detalhes, a carta divulgada para os roteiristas e replicada nos maiores portais internacionais, ainda deixa claro que não existe volta ao trabalho:

“Para ser claro, ninguém voltará ao trabalho até que seja especificamente autorizado pelo sindicato. Continuamos em greve até lá. Mas, a partir de hoje, estamos suspendendo os protestos”.

O que é pedido?

Bem, toda a greve tem um estopim, mas o que realmente motivou tudo isto foi o uso da Inteligência Artificial para substituir a atuação de atores e atrizes em todos os projetos. Em tese, todos iriam ser escaneados para manter uma imagem, mediante a um pagamento fixo de uma vez, sem os residuals (Pagamento feito para reprisar projetos antigos. No caso do streaming, seria por reprodução mensal).

Vale também pontua mais uma vez: Os atores com o maior nome não são apenas o foco, são os atores que ficam ali nos bastidores, no background, aqueles que enchem a tela sendo a secretária, a empregada, porteiro, motoristas, os que fazem participação rápidas. Espera-se que sempre tenha grandes trabalhos para grandes nomes, mas quem fica esperando ser convocado para papéis menores acabam sofrendo com decisões como o uso de I.A para substituir o humano.

O que acontece é que estes valores estavam miseravelmente baixos: Uma atriz da série big hit da Netflix, “Orange Is The New Black”, Kimiko Glen, mostrou que o cheque que recebeu referente a isto foi de, pasmem, 27 dólares, por todas as suas aparições na produção. Fora isto, o pedido envolve melhores condições e proteção contra I.A. O movimento dos grevistas começou em maio. Já a dos atores, começou em Julho.

Bilhões em crise

A crise não é só estética e financeira: Se não fosse “Barbie” e sua bilheteria de 1,4 bilhões; “Super Mario” e seus incríveis 1,3 bilhões e Oppenheimer com seus 900 milhões, a indústria iria fechar 2023 sem nenhum enorme sucesso nos cinemas, já que o que se aponta é que tudo é lançado muito rápido e com pouca qualidade de CGI (efeitos especiais) e com roteiros apressados, como o fiasco da Marvel com “Homem Formiga e A Vespa: Quantumania”, o filme que abre as portas para Kang, o novo vilão do MCU.

A titulo de conhecimento, o renomado e especializado Financial Times fez um relatório delicado no Milken Institute e estimou o custo para Hollywood nesta greve: 5 bilhões de dólares.

margot robbie como barbie em cena do filme
Foto: Reprodução/Instagram @barbiethemovie

No fim, os protestos dos atores devem continuar em pé e sem muito sinais de acabar tão cedo. Até o momento, o sindicato que reúne os direitos dos artistas (SAG-AFTRA) e os estúdios não tiveram nenhum acordo e nem um sinal, ou relato, de conversas.

Isto significa que mesmo que os profissionais que escrevem séries, filmes e tantas outras produções voltem a trabalhar, ainda assim a parte principal não poderá atuar e nem divulgar seus trabalhos. Os tapetes vermelhos, por exemplo, seriam apenas com roteiristas, produtores executivos e diretores, como aconteceu com o sucesso milagroso da Pixar, “Elementos”. Resta aguardar.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha