Elliot Page desabafa sobre transfobia e relembra ameaça de morte na rua
Por Redação - 01/06/22 às 13:46
Elliot Page é a capa da vez da revista Esquire! O ator, que recentemente transicionou de gênero, mandou a real sobre os preconceitos que vem vivendo, além de relembrar o dia que foi ameaçado de morte na rua.
“Não esperava [que a repercussão] que fosse tão grande. Em termos de qualidade real da resposta, foi o que eu esperava: amor e apoio de muitas pessoas e ódio e crueldade de tantos outros. Eu me assumi gay em 2014, e é diferente. A transfobia é tão, tão, tão extrema. O ódio e a crueldade são muito mais incessantes”, refletiu Elliot.
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A estrela de ‘The Umbrella Academy’ contou que um homem o xingou quando estava saindo de um hotel: “Eu só queria atravessar a rua e não conseguia. Estava trânsito. Ele era tão alto, eu não poderia fazer nada fisicamente. Se eu falasse algo, ele poderia me retaliar. Se eu desse meia volta, ele poderia fazer outra coisa. Então fiquei parado olhando para frente”. O homem então disse que iria matar Elliot: “Eu corri, estava sozinho. Entrei em uma loja de conveniência e ele falou: ‘É por isso que preciso de uma arma'”.
BATALHA INTERNA
O ator também lembrou quando enfrentou a depressão e a ansiedade: “Não consigo especificar o pior dia. Mas quando Juno estava no auge… As pessoas vão pensar: ‘Você é famoso, tem dinheiro e [está reclamando que] teve que usar um vestido, que pena!’. Eu gostaria que entendessem que isso quase me matou.”
Ele não sabia como dizer que estava desconfortável usando ‘coisas femininas’: “Eu estava realizando meus sonhos e, ao mesmo tempo, nem conseguia sair do hotel. Eu batalhei com a comida. Depressão profunda, ansiedade e ataques de pânico severos. Em alguns dias, eu saía de casa para uma reunião e voltava em seguida. Não conseguia ler roteiros e isso é uma das minhas coisas favoritas. Não conseguia passar de um parágrafo”.
“Eu não me imaginava envelhecendo como uma mulher. Eu pensava: ‘Qual é meu futuro’. Não havia um. Era assim que eu me sentia. Eu falava: ‘Nunca fui uma menina, nunca vou ser uma mulher'”.
“Posso ver com o problema do suicídio entre pessoas trans? Sim, eu posso ver profundamente. E não apenas ao ato muito consciente e direto de fazê-lo, mas também a certas ocasiões em que perdi muito peso ou quando estava tendo ataques de pânico tão graves e desmaiei várias vezes. Todas essas coisas que facilmente poderiam, e estatisticamente fazem, levar morrer. E tudo isso é uma manifestação desse trauma e desconforto que é uma questão desproporcional para pessoas transgênero. Houve momentos que tinha vontade de não estar aqui, mas foi apenas a sensação que me deixou. Não era um movimento de ação, além das maneiras pelas quais eu estava abusando do meu corpo, claramente”, finalizou Elliot.
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