Juiz ordena R. Kelly a indenizar vítimas de abuso sexual

Por - 30/08/23 às 20:00

R. KellyR. Kelly / Reprodução TV / YouTube

As vítimas de R. Kelly, que está cumprindo 30 anos de prisão por suas condenações por extorsão e tráfico sexual desde 2021 em Nova York, receberão o dinheiro dos royalties musicais do cantor, detidos pela Universal Music Group. A juíza distrital dos Estados Unidos, Ann Donnelly, decidiu que o artista terá que abrir mão de US$ 520.549 (R$ 2,5 milhões) de sua editora musical para cobrir os custos de restituições não pagas e multas.

De acordo com o jornal “The New York Post”, a Universal tem 10 dias para entregar o dinheiro.

Os royalties da Sony, de mais de US$ 1,5 milhão estão sendo solicitados por uma vítima de pornografia infantil em Chicago, que recebeu US$ 4 milhões, já que Kelly ainda lhe deve US$ 42 mil em multas e restituições.

No entanto, a Sony Music não terá que entregar mais dinheiro desta vez, já que os royalties da Universal são suficientes para pagar o restante das multas, segundo a publicação.

R. Kelly foi considerado culpado de todas as nove acusações contra ele, incluindo extorsão e violações da Lei Mann, que proíbe o transporte de “qualquer mulher ou menina” através das fronteiras estaduais para qualquer “finalidade imoral”.

O cantor negou todas as acusações que enfrentou. O juiz que cuidou do caso disse que ele mostrou “indiferença ao sofrimento humano” e forçou suas vítimas à “obediência” e aos “horrores”.

Durante o julgamento de pornografia em Chicago, o júri viu segmentos de vídeos de Kelly abusando sexualmente de uma menor de idade, que era afilhada do cantor. A menina, identificada apenas como ‘Jane’ durante o julgamento, disse que Kelly começou a abusar sexualmente dela quando ela tinha apenas 14 anos e, quando completou 15, disse ao júri que eles começaram a ter relações sexuais “inúmeras vezes”, acrescentando que os casos foram “incontáveis”.

Jane disse em um comunicado: “Nunca vou recuperar o que perdi para Robert Kelly… Fiquei permanentemente marcada por Robert. Quando sua virgindade é tirada por um pedófilo aos 14 anos… sua vida nunca é sua.”

Robert Sylvester Kelly, o cantor R. Kelly foi condenado em 29 de junho de 2022 a 30 anos de prisão. Ele é acusado de liderar por décadas uma rede tráfico e abuso sexual, inclusive usando a fama para fazer vítimas com fins sexuais. O júri formado por cinco mulheres e sete homens o considerou culpado. A defesa do músico pediu que a pena não ultrapasse 17 anos.

O artista já havia sido considerado culpado em setembro do ano passado por crimes de extorsão e tráfico sexual. Ao determinar, agora, a pena, a juíza Ann Donnelly afirmou que o cantor de 55 anos mostrou “indiferença ao sofrimento humano”.

De acordo com a acusação, R. Kelly comandava um esquema ilegal envolvendo empresários, seguranças e outras pessoas que recrutavam mulheres e meninas para ele fazer sexo e produzir pornografia.

Para os promotores, a equipe do artista de 55 anos o apoiava ou fingia que não via os comportamentos criminosos do músico. Em documento, a promotoria afirmou que os atos do cantor eram insolentes, manipuladores, controladores e coercitivos.

“Uma longa pena de prisão impedirá outros – ricos, famosos e com excesso de poder, com aquele concedido pelo seu status – de cometer este tipo de crime”, escreveram os promotores.

Uma mulher que usou o pseudônimo Addie relatou no tribunal que foi estuprada por R. Kelly nos bastidores de um show em Miami após ela e uma amiga serem abordardadas por dois homens “que pareciam seguranças” e as convidaram para visitar o camarim.

Nos anos 2000, R. Kelly chegou a ser considerado como o Rei do R&B. Em sua carreira, ele vendeu 75 milhões de discos após o sucesso de hits como “I Believe I Can Fly” e “Ignition”.

Formada em Ciencias de la Comunicación (México), louca por gatos e fascinada com o mundo dos famosos. Feliz de ser parte do OFuxico desde 2000.