Como está o caso de Victor Meyniel? Saiba o que ele revelou!

Por - 11/09/23 às 12:35

Victor MeynielVictor Meyniel revela detalhes do caso de agressão que sofreu (Reprodução/Globo)

Na última semana, Victor Meyniel sofreu uma agressão e foi vítima de homofobia, em um caso que dominou as redes sociais com inúmeras discussões. No último domingo, 10 de setembro, o ator conversou com a equipe de jornalismo do “Fantástico”, da TV Globo, e revelou detalhes, inclusive contando como tudo começou e o estopim que levou o influencer a ser agredido pelo estudando de medicina, Yuri de Moura Alexandre.

O ator apanhou e foi agredido por 40 segundos, assim como as câmeras de segurança filmaram. Outro ponto que foi destacado é que durante o momento que ele era vítima de uma extrema violência, o porteiro, Gilmar José Agostini, ficou parado e cometeu crime de omissão de socorro.

Os momentos flagrados são mostrados em sequência: Os dois começam a conversar na frente de uma boate, próximo a casa de Yuri. O estudante vai para a academia, e segundo Victor, ao voltar as agressões começaram. Os dois batem boca no andar que o rapaz mora, em torno de pouco mais de 1 min. Ao chegar o elevador, Victor é empurrado e bate com a cabeça no espelho. A discussão ocorre até chegar no térreo, quando Yuri desce e continua a discussão, até que o estudante parte para cima do ator e o espanca por quase 40 segundos.

O porteiro fica parado e bebe café. Depois, pega Victor e puxa ele pelo braço, enquanto ele agoniza de dor.

Relatos

Victor contou sobre a boate e que, depois de ser convidado por Yuri, eles beberam vinho, conversaram e assistiram a um clipe juntos. Porém, a situação ficou estranha quando Karina de Assis Carvalho, a estudante que divide o apartamento com Yuri, chegou e ficou um grande climão por um desentendimento entre os dois:

“Ela chegou por volta das 7h30 mais ou menos do plantão e ficou um clima completamente desconfortável. Ele ficou frio, completamente frio, distante. Eles começaram a se desentender entre eles, pois a porta estava destrancada e ele tinha aberto um vinho dela. Então eu comecei a me sentir nervoso, acuado, meio esquisito e comecei a quebrar o gelo porque eu sou assim, eu tenho essa personalidade”, contou Meyniel.

Karina prestou depoimento à polícia e afirmou que Victor teria sido debochado e entrou em seu quarto diversas vezes, sem o consentimento dela. O ator desmente:

“Bati na porta, ofereci um prato de comida a ela, conversei com ela. Perguntei do signo dela, brincando”.

Luisa Sonza e Chico
Reprodução/TV Globo

Meyniel também contou que tudo começa quando Yuri recebe mensagens de Karina, exigindo que ele volte ao apartamento, já que saiu para ir para a academia e deixou o ator sozinho com a colega. O influencer relembrou que quando ele volta ao apartamento, a agressividade estava presente e tudo começou a ficar pior:

“Quando ele subiu, ele já numa agressividade… Nossa, bizarra. Me colocou para fora do apartamento. Me expulsou, e me empurrou, eu caí, eu caí no corredor, e eu comecei a ficar tentando entender na minha cabeça o porquê daquela situação, daquele ato agressivo. Por ambas as partes. Não rolou nenhum tipo de conversa comigo de que eu estava sendo, na visão deles, inconveniente, jamais.”

Agressão

O ator, apoiado pelas câmeras de segurança, contou que iria embora após os quase quatro minutos de discussões. Ele ainda reforçou que o que deixou mais revoltado foi, além do tratamento, o empurrão que ele levou gratuitamente:

“Eu ia embora, eu estava na portaria para isto, mas ele veio falar comigo e teve uma hora que quando a gente estava andando pelo hall, ele me empurra e eu fico mais revoltado ainda pela agressão mínima que seja.”

Para Victor, o que pegou no calo de Yuri foi quando ele questionou se ele era assumido, ou seja, se as pessoas sabem que ele é homossexual:

“Momento que eu falo e indignado completamente, frustrado e com raiva, perguntando por que que ele tinha feito aquilo. Se ele não era assumido.”

Após a pergunta, o cenário é de completa selvageria: Yuri parte para cima de Victor e o agride com socos no rosto e pontapés. Indefeso e pego de surpreso, Meyniel não contou com a ajuda do porteiro, que apenas assistiu à agressão.

Caso de Polícia

O estudante sai do prédio, vai treinar na academia e é preso em flagrante na volta, por lesão corporal, falsidade ideológica, injúria de natureza homofóbica. O caso é analisado pelo Ministério Público. A defesa de Yuri, o advogado Lucas Oliveira, afirma que ele “não é homofóbico”:

“A gente afirma que não há homofobia porque o motivo que está se falando de homofobia no processo, né, foi que as agressões teriam sido feitas a partir da revelação da identidade sexual do Yuri. Como essa identidade sexual, ela nunca foi ocultada, ele nunca teve problema que as pessoas soubessem que ele tem a identidade sexual homoafetiva, isso não seria motivo para que ele viesse a agredir qualquer pessoa que fosse”.

Sobre as lesões, ele afirma que Yuri precisa ser ouvido:

“Quanto à lesão corporal, não há dúvidas que ocorreu como vimos no vídeo. No entanto, nós precisamos que o Yuri seja ouvido pra que ele venha a dizer qual foi o motivo específico”.

Ainda em entrevista ao programa, a Polícia Civil afirmou que o depoimento de Karina e as suposições que ela teria feito e atribuído à Victor não mudou nada o entendimento das investigações e de que o motivo das lesões corporais é explícito, ou seja, vindouras de homofobia, mesmo que ele seja homossexual. A polícia afirmou que as motivações vieram por conta do questionamento do Victor na frente do porteiro, o que indica que ele não era assumido inteiramente, ou se incomoda com o fato de falar sobre a sua sexualidade.

“Um negro, ele pode ser racista, e um gay pode ser homofóbico e a sexualidade ela não é aberta para todos. Isso, na visão da Polícia Civil, então, configura, sim, ato homofóbico”, falou o delegado que assumiu o caso.

Na versão de Gilmar, o porteiro, ele apenas destacou que trabalha lá desde 1991 e que Victor desmaiou após as agressões e que não gosta de se meter na vida dos outros. Ele foi autuado e segue sendo investigado por omitir socorro.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha