São Paulo confirma primeira morte por varíola dos macacos

Por - 13/10/22 às 10:33

Médico segurando frasco com antidoto para varíola dos macacosA OMS não indica vacinação em massa contra a varíola dos macacos - Foto: Divulgação

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou, na quarta-feira, 12 de outubro, o primeiro óbito no estado em decorrência da varíola dos macacos, doença da qual o ex-No Limite Matheus Pires foi curado recentemente. Esta é a sexta morte pela doença no país.

Morador da capital paulista, o paciente tinha 26 anos e estava internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no Pacaembu, desde o último dia 1º de agosto.

Segundo a Secretaria, ele era portador de comorbidades e passava por tratamento com antirretrovirais para uso emergencial em pacientes graves.

Vale destacar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não indica vacinação em massa contra a doença. O Ministério da Saúde segue em tratativas junto a entidades internacionais e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) para compra de vacinas e antivirais para o tratamento da varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox.

MAIS DE 3 MIL CASOS CONFIRMADOS EM SÃO PAULO

A varíola dos macacos é uma doença atualmente tratada como uma emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma zoonose viral: uma doença que foi transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Antes do atual surto, a varíola dos macacos ocorria principalmente na África Central e Ocidental, sobretudo em regiões perto de florestas, pois os hospedeiros são roedores e macacos.

Segundo dados do governo, São Paulo registra 3.861 casos confirmados da varíola dos macacos, com redução do registro de novos casos nas últimas semanas. O atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos.

O vírus da Monkeypox, que faz parte da mesma família da varíola, é transmitido entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.

ENTENDA A DOENÇA

A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.

A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.

O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ​​ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.

SINTOMAS

A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica.

Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.

Para mais informações, acesse o site do Ministério da Saúde!

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino