Manoel Soares abandona estúdio do ‘É de Casa’, vai para manifestação e web elogia
Por Flavia Cirino - 05/02/22 às 21:00
Quem assistiu ao programa “É de Casa”, neste sábado, 05 de fevereiro, viu a aparente tristeza de Manoel Soares ao falar de Moïse Kabagambe, um congolês assassinado a golpes no último dia 24 de janeiro, no Rio de janeiro. O jovem de 24 anos levou pauladas e foi torturado por aproximadamente 15 minutos, por ter ido cobrar seu salário atrasado no quiosque onde trabalhava, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Em um determinado momento da atração matinal, Manoel Soares – que divide o comando do programa com Ana Furtado e Patrícia Poeta – mostrou ao público as palavras que estavam sendo mais comentadas nas redes sociais.
“O congolês Moïse Kabagambe foi brutalmente assassinado no último dia 24 aqui no Rio de Janeiro porque foi até o quiosque cobrar o salário dele”, disse o apresentador.
Enquanto isso, imagens do homem sendo agredido foram exibidas, deixando Manoel desconfortável. Ele pediu que as cenas de violência fossem retiradas do ar: “O crime foi assustador, brutal. A gente tá vendo as imagens aí. Vou pedir até carinhosamente… É sábado de manhã, né diretor? Não vamos mostrar essas imagens agora, não. A galera já deve ter visto durante a semana”.
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APRESENTADOR FICOU ABALADO COM O ASSASSINATO
Sempre está envolvido em causas sociais, Manoel Soares revelou que ficou muito abalado ao saber da morte do congolês: “A gente também não pode deixar de falar. Às 10h, tem uma manifestação organizada pela família dele, por movimentos negros e diversas entidades em defesa da vida… Eu fiquei muito mexido, abalado com tudo isso. Não tem nenhuma situação humana que explique aquele absurdo”, disse.
O apresentador, então, externou desejo em poder fazer parte do ato em memória de Moïse e sugeriu deixar o estúdio ir até o local: “Meninas, eu tava até pensando em fazer o seguinte. Eu sei que a combinação era a gente ficar no programa hoje aqui. Mas, eu tava até falando com o diretor no intervalo, vamos dar uma chegada lá nessa manifestação?”.
“Eu ia pedir pra vocês ficarem tocando o programa aqui. Eu vou pegar um carro, vou lá. Quero ver essa manifestação de perto. Vocês podem me chamar por link. Vocês acham que rola? Tá de boa? Vocês vão tocando as minhas partes no programa. Eu vou lá e depois a gente retorna”, continuou Manoel.
Imediatamente, Patrícia Poeta, Tati Machado, Ana Furtado e Talitha Morete apoiaram a ida do colega para cobrir a manifestação.
MANOEL SOARES FOI ALVO DE RACISMO NA MANIFESTAÇÃO
Já nos primeiros minutos de manifestação, Manoel Soares surgiu ao vivo, fazendo um link direto das ruas e se justificou: “Fiz questão de abandonar o estúdio pra vir aqui pro local”.
Mas nem tudo foi tranquilo. O apresentador do “É de Casa” relatou que foi alvo de diversos ataques racistas que, assim como algumas pessoas que participavam do protesto: “Em vários momentos as pessoas passaram e me chamaram de macaco, de preto imbecil, que a Globo deveria me botar na jaula”.
Pouco antes das 11h, Manoel já estava de volta ao estúdio do programa e desabafou: “Vocês não fazem ideia da quantidade de pessoas me provocando. Eu tomei cotovelada de pessoas de pele clara”, contou ele.
“Eu fiquei bobo com as manifestações racistas. Um homem branco grandão… O homem parou na minha frente pra eu trombar nele”, relatou. “Oriente seus familiares a não atender a essas provocações por essas pessoas, que têm interesse de criar conflitos”, aconselhou o jornalista.
INTERNAUTAS ELOGIAM MANOEL SOARES
A atitude social do comunicador agradou os internautas. No Twitter, muitas pessoas elogiaram o posicionamento do jornalista: “O ao vivo de Manoel Soares foi lindo, potente. Fiquei toda arrepiada! Lugar de fala é isso”; “Essa entrada do Manoel Soares me causou arrepios. Extremamente necessário. Tinha que ser ele, pena que precisou ser ele”; “A vivência do Manoel Soares, ele estar nesse programa é importante também. Olha essa entrada ao vivo no protesto pela morte de Moïse. Isso, nesse programa, nesse espaço é muito importante”, disseram alguns internautas.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino