Padre Fábio de Melo desabafa sobre críticas ao seu jeito despojado: ‘Nenhum bônus, querem me ver no velório’

Por - 11/09/22 às 12:00

Padre Fábio de Melo de camisa branca e casaco verde nas costasO sacerdote destaca que o ofício de padre não tem nenhum bônus - Foto: Reprodução/ Instagram @pefabiodemelo

Longe do estereótipo de padre tradicional – homens mais velhos, sérios, com batinas ou roupas mais conservadoras, quando não estão no ambiente da igreja – Padre Fábio de Melo costuma dividir opiniões. Moderno estiloso e extremamente vaidoso, o sacerdote – que também é cantor – está sempre no meio de questionamentos sobre o celibato.

Ao participar do programa “Saia Justa”, no canal GNT, o padre refletiu sobre o estranhamento que causa nas pessoas vê-lo levando uma vida normal, fora do púlpito.

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O padre tem todos os ônus e nenhum bônus”.

“Essa semana eu fui fazer um show em Alfenas (MG) e, em seguida, foi o show do Fábio Jr. Foi a melhor noite da vida porque estava com todos os meus amigos reunidos, a minha banda…”, relembrou. “O show do Fábio é uma delícia, cantamos tudo, do início ao fim.

Em conversa com Sabrina Sato, Astrid Fontenelle, Luana Xavier e Larissa Luz, ele ainda fez uma reflexão: “As pessoas olham estranho, dá a impressão que eu estou no lugar errado. Eles só querem o padre no velório”, analisou.

PADRE FÁBIO AFIRMA QUE SEMPRE CONVIVEU COM A MELANCOLIA

Ainda que tenha enfrentado esses momentos tensos, relatou que sua personalidade nunca foi das mais otimistas, tampouco felizes por natureza.

“Nunca fui uma pessoa naturalmente feliz. Meu olhar sempre foi mais melancólico, mas tristonho. Tendo a ver as coisas com mais pessimismo. Ao longo da minha vida, fui interpretando isso como uma característica que não é um defeito. É uma forma de ser”, explicou.

Em algum momento, Pe. Fábio de Melo percebeu que estava ‘trabalhando’ demais, o que passou a deixá-lo doente. A melancolia passou a ser algo realmente grave.

Chegou um momento que a melancolia se tornou insuportável. Foi aí que eu identifiquei que eu tinha um processo de adoecimento, resultado de minhas escolhas. Eu sempre digo que eu acabei dando ao meu corpo um cuidado muito diferente do que me pedia a alma”.

Depois da perda de uma irmã, seguindo uma rotina intensa de shows, o sacerdóte falou que passou a sentir um medo intenso de tudo, misturado com a tristeza que “não cabia” dentro de si. Então, procurou ajuda médica e recebeu os diagnósticos.

“Compreendi que da mesma forma como eu preciso tomar um remédio para o coração ou pressão alta, o cérebro também precisa ser medicado. A gente tem muito preconceito com remédio psiquiátrico. Então, a gente não pode achar que é um remédio de louco.

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Por fim, deixou um recado muito importante. Ele lembra que é preciso superar os preconceitos contra remédios psiquiátricos e dar tanta atenção à saúde mental como às outras patologias.

“A depressão é um processo químico, que pode ser despertado por um estilo de vida, por uma perda não elaborada, um luto que não foi vivido. Eu tinha tudo isso. Eu sepultei a minha irmã e dois dias depois estava no palco cantando”, finalizou.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino