Bom Dia, Verônica: Temporada final abraça raízes da série
Por Murilo Rocha - 15/02/24 às 15:00
A saga de Verônica (Tainá Müller) encontrou seu fim com o lançamento da terceira e última temporada na Netflix. Escrita por Raphael Montes e Ilana Casoy, a jornada de Verô esbarrou em uma máfia e sua vida mudou por completo.
No final da segunda temporada, Matias Carneiro (Reynaldo Gianecchini) viu seu império ruir com as denúncias de abuso sexual e tráfico humano, não sem antes entregar tudo que sabia sobre a escrivã para o Doum, um personagem misterioso.
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Durante a saga final, de apenas 3 episódios, o tempo é seu maior inimigo, quando o terceiro irmão se mostra mais cruel e ambicioso do que os vilões anteriores.
O ponto da diminuição é certeira. Na primeira temporada, a fórmula de novela era muito presente ao longo das teias de 8 episódios, deixando a história encaminhada, mas com uma divisão aparente e longa demais para o epicentro.
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Na segunda, 6 episódios já melhoraram o roteiro e evocaram o terror da realidade, com muitas inspirações em seitas religiosas e líderes corruptos.
Em sua última, três episódios deixam a trama um tanto quanto corrida, mas sem muita margem pra escapar do real foco da história, com todas as revelações acontecendo uma a uma.
Quem é Doum?
Com a adição de Rodrigo Santoro e Maitê Proença, como Diana, a série explorou o maior esquema por trás do tráfico humano e dos recorrentes abusos de poder e sexuais.
Rodrigo dá vida a um personagem misterioso, complexo, de poucas palavras, mas com uma atitude que diz tudo por si só, afinal, o homem é o cabeça de tudo.
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Maitê Proença, por sua vez, consegue deixar o clima de mistério no ar, com motivações escondidas e, ao mesmo tempo, bem claras. Sem contar dos choques que temos ao longo de toda a passagem da nova dupla.
O arco, desde o início, entrega uma trama redonda, complexa e muito bem escrita. O thriller com toques de horror é assombrosamente delicioso, envolvente e chocante.
Quando dois se encontram…
Outro ponto para se destacar é que a química entre o trio Rodrigo, Maitê e posteriormente Reynaldo é aquela ponta do iceberg.
A todo instante, a série te aponta que algo vai acontecer, uma nuvem tensa paira sobre aquela fazenda. Reynaldo, inclusive, está mais expansivo e ainda mais potente neste papel.
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E quando acontece, é difícil descrever. De um lado, a morte mais cruel que poderia acontecer. De outro, a pegação de dois dos homens mais desejados do Brasil, ali diante dos olhos.
A vilania de um se encontra com a psicopatia de outro. As motivações são complexas e te fazem ‘bater a cabeça’: é possível que dois lados de uma mesma moeda sejam tão aliados?
Bom Dia, Verônica
No final, a série abraça suas raízes e amarra uma história com todas elas. Tudo faz sentido quando o último crédito sobe. Vale destacar que Tainá volta aos holofotes com tudo, mais ‘Verônica’ impossível.
Nem tudo é tão incrível: a participação curta de Ester Dias como Gloria e até mesmo de boa parte da família de Verônica fica comprometida ao cortar parte dos episódios.
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O desfecho do núcleo de Ângela (Klara Castanho) e Gisele (Camila Márdila) deixa a desejar por ser um tanto quanto fraco e um pouco repetitivo de outros momentos da teledramaturgia brasileira. Funciona, mas não é a melhor das ideias.
Um ataque na jugular da hipocrisia de uma elite conservadora é feita com toques de satisfação. Em diversos momentos, é quase muito possível imaginar um destes rostos fora das telas.
O absurdo não é drama. É uma história que acontece fora das telas, com requintes tão cruéis quanto os que a dita ficção denuncia gravemente.
Boa Noite, Verônica!
Com o maior foco em histórias femininas que urgem de serem contadas, o final da jornada de três capítulos inteiros é um gostinho de quero mais.
Muito provavelmente, os fãs vão querer uma nova dose de Verônica, porque, principalmente, seu desfecho abre vagas para spin-offs ou algo do tipo.
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Em busca de seu ‘Bom Dia’ desde que o primeiro play do episódio piloto começou, ela não teve a chance de aproveitar outros momentos, sem ser tensão presente ao seu lado.
Para ‘Bom Dia, Verônica’, a cortina se fecha com todas as honras, abraçando suas raízes mais brutais e cruéis, o que é ótimo para o que a ótima terceira temporada se propõe a entregar – e entrega com tudo e mais um pouco.
Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha