Grazi Massafera sobre ritmo pesado de trabalho: ‘Cauã me ajudou muito’

Faltam menos de duas semanas para o desfecho de Bom Sucesso. E na terça-feira (14), parte do elenco conversou com a reportagem de OFuxico, entre intervalos de gravações, realizadas nos Estúdios Globo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Literalmente já vivendo o luto, Grazi Massafera não escondeu que já está morrendo de saudades.

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"Estou me recusando a ler os últimos capítulos. Essa novela foi uma das melhores e mais difíceis coisas que já fiz na vida. Estou trabalhando por três, é um volume de trabalho imenso. Em Verdades Secretas eu tinha mais tempo e ia mais segura para o estúdio. É difícil fazer uma mulher simples. Parece fácil, mas não é", disse.

Grazi ressaltou a unidade do elenco. E destacou o profissionalismo das crianças.

"Nunca trabalhei com crianças tão talentosas.  Elas querem estar ali, não são os pais que querem. E isso também ajudou na atmosfera ótima que temos. Eu quase não peguei o papel porque queria estar com a Sofia na alfabetização", revelou.

Atualmente, aliás, há bastante tempo, tem sido justamente sua filha com Cauã Reymond a sua maior motivação para seguir.

"Ela é apaixonada pela novela. Sofia tem prazer em dizer 'mãe, vai trabalhar, fica tranquila'. O Cauã ajudou demais. Foi tudo perfeito. No momento em que eu estava falando de literatura junto a pessoas que amam isso, como o Antônio Fagundes, foi emblemático ter minha filha se alfabetizando. Essa novela também me inspirou a ler mais e inspirou outras pessoas".

Volta às origens

Fazendo um balanço sobre sua atuação na pele da protagonista Paloma, que desde o início Grazi afirmou ser uma grande homenagem à sua mãe, a costureira Cleuza Soares, a atriz disse que o maior ganho foi o resgate de suas origens.

"A Paloma me fez entrar em contato novamente com a minha essência, com a simplicidade. A relação com as coisas, até material. Acho que eu voltei a ter essa essência, ela me reconectou", disse.

A atriz ainda enfatizou que passou a lidar de outra maneira com a ideia da morte.

"Falar sobre morte desde o início da novela, acho que é falar sobre vida. Logo na preparação, li o livro A Morte é um Dia Que Vale a Pena Viver, e ele me significou muita coisa que eu pensava em relação à morte. Eu falava assim: 'Comecei a novela agora, vou ficar sem vida até tal mês'. Não! Claro que não! É viver o melhor que você puder, neste curto espaço de tempo. Acho que isso eu fiz. Quando eu começava de mimimi, lembrava de alguns pontos do livro e rebobinava, tentava aplicar. É muito bonito falar, mas cadê a atitude? Venho tentando me reconectar", afirmou.

Aos olhos do público

Ao se despedir de mais uma protagonista, Grazi afirmou que aprendeu a ocupar seu espaço. E o faz muito bem, diga-se de passagem.

"Geralmente você começa a aprender uma profissão em uma faculdade, estuda para exercer algo. Começa aos poucos e vai conquistando espaço. Eu, não. Aprendi aos olhos do público. Fui jogada aos leões e ok, vou fazer. Fiz o caminho inverso e fui me apaixonando. Eu não era atriz, não ligava para ser atriz. Eu queria dinheiro, queria uma profissão para ajudar a minha família. E hoje eu venho me apaixonando. Tocar o coração das pessoas, poder servir de diálogo dentro de casa, porque na minha casa a gente não tinha diálogo! Meu pai pedreiro, minha mãe costureira, a gente não dialogava, faltava vocabulário e a novela pra gente servia de diálogos, até silenciosos, em casa. A gente sentava pra assistir novela, surgia um tema, ou a gente falava sobre ele e às vezes a gente só se olhava. Poder mostrar um sentimento, levar uma emoção, saber que hoje eu posso fazer parte do diálogo dentro de uma casa, é bonito! Aprendi o tamanho que ocupo. Eu tinha vergonha."

Descanso merecido

Com o fim da trama de Rosane Svartman e Paulo Halm, Grazi vai viajar com sua filha e descansar.

"Vem, férias! Vou grudar na minha pequena e vou me alimentar de coisas novas. Houve um tempo em que eu achava que só precisava trabalhar, trabalhar sem parar. Hoje vejo o quanto é especial ter esse tempo livre", disse.

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