Memorial da América Latina lança livro sobre a importância da inclusão de refugiados

Por - 18/06/21 às 12:57

Livro Tradução Humanitária e Mediação para Migrantes e Refugiados(Foto: UNHCR/Felipe Irnaldo)

Com a proposta de destacar a importância da inclusão de pessoas refugiadas e suas contribuições às comunidades que as acolhem, o Memorial da América Latina lança nesta sexta-feira, dia 18, Dia Mundial do Refugiado, lança o livro “Tradução Humanitária e Mediação para Migrantes e Refugiados”.

A publicação digital, editada pelo Memorial, é fruto de um curso de mesmo nome oferecido pela Cátedra Unesco Memorial da América Latina em janeiro deste ano.  O projeto foi realizado por uma rede de cooperação formada pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Universidade Estadual Paulista (UNESP), e seu objetivo é fomentar a pesquisa, o ensino e a extensão em assuntos latino-americanos relacionados à integração.

Dividido em oito capítulos o livro traz questões que envolvem os usos das línguas nas situações de deslocamento forçado. São textos de pesquisadores e profissionais que trabalham com o tema, apresentando ao leitor uma visão geral dos problemas do deslocamento forçado. A publicação traz ainda propostas para o estabelecimento de políticas linguísticas.

No texto de abertura da publicação, Jorge Damião de Almeida, Diretor Presidente do Memorial da América Latina justifica a obra afirmando: “Pouco se fala sobre a delicada arte de traduzir e interpretar a fala de pessoas que enfrentam situações limites fora de seu lugar. Esta é uma necessidade contemporânea em um mundo em que 1% da população teve que fugir da sua terra para não morrer ou sofrer perseguição1. O Brasil não ficou de fora desse fenômeno. Nos últimos anos, o país tem recebido um número crescente e refugiados, sejam eles árabes, africanos ou de outros vizinhos latino-americanos. Em especial, venezuelanos entram pelo Norte”.

Atento a necessidade da adequação da legislação brasileira e dos órgãos públicos nacionais à essa realidade, Jorge Damião alerta para a importância de prepararmos profissionais para atender essa demanda cada vez mais crescente. “Este livro chama atenção para aspectos técnicos, legais e éticos dessa atividade, que apenas se

esboça em nosso país. Mais que isso, aborda aspectos filosóficos e epistemológicos desta profissão que se busca regulamentar”.

O livro é resultado de recentes pesquisas da Cátedra UNESCO/Memorial para a Integração da América Latina e foi desenvolvido em plena pandemia. Como define o diretor presidente do Memorial trata-se de “mais um passo no caminho da real integração de nossos povos – e do acolhimento de todas as pessoas que, por variadas razões, deixam sua terra e vêm para nosso país em busca de vida digna e produtiva”.

Abaixo OFuxico relaciona os temas de cada capítulo do livro:

I
Escrito por Maria Beatriz Bonna Nogueira e William Torres Laureano da Rosa, representantes do ACNUR, aborda o tema “Mediação cultural, tradução humanitária e proteção baseada na comunidade: a atuação recente do ACNUR no Brasil ”.

II
No segundo capítulo Antônio Rodrigues de Freitas Júnior, professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), abordam os  “Desafios para a efetividade da proteção legal para migrantes e refugiados”.

III
Migrantes e refugiados em tempos de pandemia, de André de Carvalho Ramos, professor da USP.

Capa do livro Tradução Humanitária e Mediação para Migrantes e Refugiados
Foto: Reprodução

IV
A interpretação comunitária e a garantia de direitos para migrantes e refugiados – Contrastes Brasil x Suécia
Jaqueline Neves Nordin é profissional com larga experiência na formação de intérpretes humanitários e mediadores culturais, compara o caso brasileiro com a experiência sueca, onde reside.

V
Atenção humanitária a pessoas deslocadas: o papel da mediação cultural, Aryadne Bittencourt, doutoranda da UFRJ e ex-bolsista da Cátedra Memorial.

VI
Sordos tombiém migron!
A invisibilidade de migrantes surdos e o papel do intérprete humanitário abordado é discutido por  Thaisy Bentes e Paulo Jeferson Pilar Araújo

VII
“Sou uma ponte que liga dois lados”
Depoimento de Mireille Muluila, congolesa que foi obrigada a deixar o seu país e hoje ajuda a acolher refugiados no Rio de Janeiro.

VIII
“A mediação linguística como garantia de direitos no Brasil”
Escrito por Sabine Gorovitz da Universidade de Brasília (UnB), aborda o tema “A mediação linguística como garantia de direitos no Brasil” fecha a publicação.

Programação especial para o Dia Mundial dos Refugiados

Durante todo o mês de junho o Memorial da América Latina promove ações em comemoração ao dia do refugiado.  A programação conta também com a exposição “Quem conta essa história: jornalistas refugiados ou refugiados jornalistas?”, organizada em parceria com a Folha de S. Paulo e em exibição até 31 de agosto.

Também foi divulgado neste M6es o relatório “Tendências Globais – Deslocamento Forçado em 2020”, produzido pela ACNUR que reuniu os dados mais recentes sobre as estatísticas e situação de pessoas refugiadas, deslocadas internas, solicitantes da condição de refugiado e apátridas no mundo, atualizados ao final de 2020.

Para marcar o Dia Mundial do Refugiado, celebrado oficialmente no dia 20 de junho, o Memorial da América Latina, promove, ao longo do mês de junho, uma série de atividades com o objetivo de refletir sobre as condições de vida das milhões de pessoas em situação de refúgio pelo mundo, que enfrentam deslocamentos forçados de seus países devido a conflitos, guerras e perseguições políticas.

Em parceria com o ACNUR – Agência da ONU para Refugiados e o jornal Folha de S. Paulo, estão programadas uma exposição, uma oficina de cobertura jornalística, uma coletiva de imprensa para lançamento do relatório Tendências Globais – Deslocamento Forçado em 2020 e da publicação Tradução Humanitária e Mediação Cultural para Refugiados e, por fim, um sarau em homenagem à data.

A programação teve início no dia 10 de junho, com a abertura da exposição “Quem” conta essa história: jornalistas refugiados ou refugiados jornalistas? Composta por fotos, textos e recursos audiovisuais produzidos pela Folha de S. Paulo e pelo ACNUR, a exposição retrata os motivos do deslocamento forçado, a trajetória e o processo de integração de quatro jornalistas. Carlos, Claudine, Kamil e Victorios, que tiveram que deixar, respectivamente, a Venezuela, República Democrática do Congo, Turquia e Síria, em busca de proteção internacional no Brasil.

Serviço

O livro está disponível para download no link abaixo:
https://memorial.org.br/wp-content/uploads/2021/06/Tradu%C3%A7%C3%A3o-humanit%C3%A1ria-e-media%C3%A7%C3%A3o-cultural-para-migrantes-e-refugiados.pdf

Exposição “Quem conta essa história: jornalistas refugiados ou refugiados jornalistas?”
De 10 de junho a 31 de agosto
De segunda a sábado, das 12h às 16h
Espaço Gabo – Praça da Sombra
Entrada Grátis

Sarau do Dia Mundial do Refugiado
Dia 18 de junho, às 15h
Inscrições para receber certificado: https://forms.gle/g7jpiFn2ykmZ8ScS8
Transmissão: http://www.youtube.com/MemorialdaAmericaLatinasp/
Acesso Grátis

Idealizadora do site OFuxico, em 2000 segue como CEO e Diretora de Conteúdo do site. Formada em jornalismo pela Faculdade Casper Líbero, desde os anos 1980 trabalha na área do jornalismo de entretenimento. Apaixonada por novelas, séries, reality, cinema e estilo de vida dos famosos.