Por que Rihanna nunca cai no esquecimento do público?

Por - 26/05/20 às 00:50

Reprodução/Instagram

Quem não tentou imitar a coreografia de Umbrella ou não escutou o hit de Rihanna no repeat que atire a primeira pedra. A cantora nascida em Barbados, uma ilha do Caribe, poderia ter sido a famosa one hit wonder (um sucesso maravilha, em livre tradução), mas passou longe disso.

Apesar de existirem diversos gêneros musicais, é a música pop que, de certa forma, se tornou um berço aos artistas que almejam o reconhecimento mais rápido – e também um nicho que, normalmente, agrada o pessoal. Não é à toa que pop é o nome curtinho de popular!

O que ajudou a impulsionar Umbrella foi também o dedinho da família Carter. Melhor dizendo: Jay-Z. No entanto, a bad gal já era dona de um álbum em 2005, dois anos antes do hit. Intitulado Music Of The Sun, o trabalho teve como single a faixa Pon de Replay e aos 17 anos, Robyn Rihanna Fenty dava os primeiros passos.

Apesar da roupagem R&B e caribenha, a canção teve uma boa aceitação. Entretanto, foi um ano depois, com SOS, do disco A Girl Like Me, que Rihanna conquistou seu primeiro número um na Billboard Hot 100. Voltada ao estilo eletrônico, SOS recebeu certificado de platina dupla nos Estados Unidos, mas ainda sim não a diferenciava tanto das demais cantoras R&B dos anos 2000.

E, como citado anteriormente, Umbrella foi a peça chave para tornar o rosto de Riri mundialmente conhecido!

Legal… Só que Rihanna está em um patamar muito desejado por quem inicia e até mesmo por quem já está na indústria há um tempo. Ela pode fazer realmente o que ela quiser. Desde ficar quietinha no canto dela a, de repente, aparecer em uma música (como em Believe It, em parceria recente com o PARTYNEXTDOOR).

Ali, com o lançamento de Good Girl Gone Bad (2007), terceiro álbum de estúdio, a versatilidade deu as caras. Rihanna explicou com o trabalho que uma diva pop pode sim surfar pela dance music, urban, R&B, balada vocal e até uma coisa mais romântica, de voz melosa, como o dueto entre ela e Ne-Yo em Hate That I Love You.

Todo o processo na escada para o posto de "rainha" aconteceu de maneira harmônica, carismática e o timbre de Rihanna se tornou inconfundível, assim como seu jeito de pegar uma composição e fazer dela uma arte que tem sua cara.

Diferentemente de hoje, aliás, Rihanna apareceu em uma época na qual ainda não se existia os streamings nem a urgência por aprovação em tão pouco tempo. O repertório da barbadiana não se atropelou como no caso de TInashe, que é carismática, tem presença de palco, mas ainda não emplacou. É difícil pensar em uma canção e concluir que ela poderia ser facilmente algo da Tinashe, caso que pode acontecer com Riri.

E indo mais fundo, Rihanna também dá o seu toque até em um produto que não se imaginaria vindo dela. Alô Beyoncé, você deixou legados importantíssimos!

No último álbum, o ANTI (2016), a dona da Fenty Beauty deu uma repaginada totalmente inovadora à New Person, Same Old Mistakes, da banda Tame Impala. O sample, os efeitos na voz, os ornamentos da psicodelia do grupo australiano caíram como uma folha tanto no estilo quanto na voz de Riri, sem contar que se encaixou muito bem com a vibe do disco da diva, fugindo completamente do pop genérico/dance music que já foi visto na interpretação dela.

Outra surpresa do ANTI é Goodnight Gotham, releitura de Only If For A Night, da banda britânica Florence and The Machine. Mais uma vez a artista provou que pode fazer o que quiser mesmo, com tamanha autenticidade. 

Há ainda o fator gente como a gente. As pessoas podem se enxergar na celebridade, de algum modo. Seja pelo modo despreocupado, as boas tiradas em entrevistas, o modo sarcástico como lida com as cobranças por um novo disco na internet… Ela é dona de um império e não faz questão de se sobressair por isso.

Vale lembrar que, do modo como ergueu sua trajetória na música, ela transportou esse lado visionário para o lado de fora da indústria, tornando-se nome de referência em áreas da beleza e moda.

Seu nome do meio e mais conhecido saiu de cena um pouquinho para o sobrenome criar luz. São duas “Rihannas” dentro de uma. Ambas se conversam, andam lado a lado, se completam e dão força à potência que a cantora virou, capazes de criarem possibilidades aos que vêm atrás.

Rihanna pensou nos tipos de pele, principalmente no tons mais escuros e a escassez de material decente. Foi lá e deu opções, deu vida à Fenty Beauty. Pensou em lingeries como um produto que a mulher deve usar por si mesma, não para o homem. Foi lá e criou a Savage x Fenty. Chegou até a falta de pluralidade entre modelos. Foi lá e contratou as mais diferentes pessoas para ilustrar suas marcas: a diversidade construiu a identidade da Rihanna empresária. A peripécia mais recente foi a linha de roupas FENTY. 

Com todas essas realizações fica até complicado tirar a artista da lista de referências. Ela passou por cima de qualquer dificuldade, vinde o caso de agressão doméstica por Chris Brown, e pode levar o tempo que for para fazer algo novo porque a espera acaba valendo à pena.

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