‘Elas por Elas’ estreou cheia de mudanças quanto a versão original. Saiba quais!
Por Raphael Araujo - 06/10/23 às 17:39
No último dia 25 de setembro, estreou o remake de “Elas por Elas”, nova novela das 18h da TV Globo, estrelada por Maria Clara Spinelli, Deborah Secco, Isabel Teixeira, Mariana Santos, Thalita Carauta, Karine Teles e Késia Estácio, que desde então chamou atenção por sua leveza e traços coloridos, um tanto incomuns para sua faixa horaria de exibição.
Ainda, as histórias das sete protagonistas e as formas como elas se cruzam na trama também tem sido um deleite de se assistir e acompanhar, e para quem está vendo a nova versão, surge sempre aquela dúvida: e como era a versão original? Quais mudanças ocorreram?
Pois bem, “Elas por Elas” é um remake repleto de mudanças, sejam as que vem sendo anunciadas que estão por vir, seja já feitas desde sua concepção, e OFuxico vai mostrar que mudou de cada novela para você. Confira!
NOMES NÃO SÃO TODOS IGUAIS
O foco da novela é a amizade das sete amigas, então é claro que isso só foi transferido para o remake e as atrizes reescaladas, certo? Errado! Ciente de que é uma história inspirada e não copiada de Cassiano Gabus Mendes, Thereza Falcão e Alessandro Marson mexeram até nos nomes de suas personagens.
- Elas Por Elas: Confira as reações do público com a estreia da trama
- Elas Por Elas: Tudo o que você precisa saber sobre a nova novela das 18h
Lara (Deborah Secco) corresponde a Márcia (Eva Wilma), responsável por reunir as amigas 25 anos depois. Sua amiga que, sem querer, acaba sendo amante do marido dela, era Wanda (Sandra Bréa), e agora se trata de Taís (Késia). Renée (Maria Clara Spinelli) tem uma história correspondente à de Carmem (Maria Helena Dias).
Já Marlene (Mila Moreira) se transformou em Carol (Karine Teles), tendo a mesma história central, mas com mudanças predominantes. Entre outros personagens, Jonas (Mateus Solano) é uma versão atualizada de Jayme (Carlos Zara) e Sérgio (Marcos Caruso) seria Miguel (Mário Lago). Adriana, Helena e Natália foram mantidas e com as menores mudanças.
VIDAS DAS PROTAGONISTAS E AVANÇO DO FEMINISMO
Como a versão original era de 1982, o período histórico era completamente diferente de 2023, principalmente no que diz respeito aos direitos das mulheres e pautas feministas, que avançaram bastante nesses 41 anos, e isso mudou a configuração na qual as protagonistas se encontram.
No original, todas eram donas de casa, tendo dilemas ligados a problemas domésticos e tinham muita dependência dos maridos para tomadas de decisões, com se eles dessem “a palavra final”. Aqui, a maioria delas trabalha e se sustentam sozinhas, e nem todas são casadas ou tem filhos, focando mais em suas próprias jornadas pessoais.
RENÉE É UMA MUDANÇA HISTÓRICA POR SI SÓ
A maior mudança em elação à versão original com certeza é Renée, que mesmo bebendo da fonte de Carmen, sofreu as maiores mudanças em relação à sua contraparte da década de 1980, e trouxe aqui a primeira protagonista trans das novelas da emissora, com uma atriz que também é trans.
Essa mudança acabou gerando um ponto histórico dos folhetins brasileiros, com uma representatividade marcante e feita de maneira certeira e natural, sem que a personagem fique restrita à sua identidade de gênero, sendo apenas uma de suas várias características, e um ponto a ser exaltado pelo avanço da diversidade nas histórias.
- Laura Fernandez estreia como atriz e vibra: ‘Agora é o meu momento!’
- Elas por Elas: Elenco exibe bom gosto e estilo no lançamento da novela
Sobre sua história, Renée se casou Wagner (César Mello), e criou filhos dele, Tony (Richard Abelha) e Vic (Bia Santana), que agora são seus filhos, e os quatro cuidam da padaria da família. Ainda, o marido some de suas vidas por escolha, após se enfiar em muitas dividias secretamente. Ela então morará com sua irmã, Érica (Monique Alfradique), cujo marido, Edu (Luís Navarro), é preconceituoso.
No original, Carmem era uma mulher cisgênero, e não trabalhava, se dedicando completamente à casa e ao marido, Rubião (Ivan Cândido), e os filhos do casal eram Elton (Cássio Gabus Mendes) e Vic (Ana Helena Berenguer). O conflito do cunhado, que se chamava René (Reginaldo Faria), não era preconceito, e sim que ela considerava “acomodado”.
Ainda, Rubião morre ao invés de fugir, e ela se apaixona pelo cunhado, o que não deve acontecer na atual versão, já que o cunhado é transfóbico e casado com sua irmã, que não existia na versão original, com o mais próximo sendo Cláudia (Christiane Torloni), mulher que se apaixonava por René, sem relações sanguíneas entre elas.
MÁRIO FOFOCA E AS MULHERES
Personagem masculino com maior destaque e que mais é lembrado quando se fala em “Elas por Elas”, com certeza é Mário Fofoca, vivido pelo saudoso Luís Gustavo e agora interpretado por Lázaro Ramos, que conquistou a todos com jeito atrapalhado e ingênuo.
O que diferenciará as duas versões que no original, o detetive era mulherengo, enquanto no remake, Mário Cury não detém essa personalidade, e até mesmo nutre uma paixão platônica por Érica, que como já dissemos, é casada com Edu, que por um acaso, é o melhor amigo de Mário.
AMBIENTAÇÃO E FOCOS
Um detalhe interessante é que a trama de 1982 se passava na cidade de São Paulo, enquanto a de 2023 tem o Rio de Janeiro como cenário, e com isso, toda a ambientação acaba sendo diferente, seja ao fundo, em pontos turísticos ou nas referências e dialetos dos personagens.
- ‘Elas Por Elas’ vem com tudo e impressiona no evento de lançamento. Saiba detalhes!
- Deborah Secco rebate críticas ao seu comportamento: ‘Não sou a mulher que vocês criaram’
Ainda, a trama de quem matou Bruno (Luan Argollo) deve ficar em segundo plano, enquanto a vida das protagonistas e os romances da história serão o foco principal.
“É uma releitura que mantém o espírito da novela original, que é um espírito leve, de comédia. A gente trouxe mais complexidade às tramas individuais. Vai ter mais romance do que na novela original, alguns conflitos mais dramáticos”, adiantou Thereza Falcão, durante coletiva de imprensa da novela.
O QUE AINDA VIRÁ DE DIFERENTE?
E as mudanças apenas começaram, pois estão previstas muito mais, a começar pelas histórias que são diferentes aqui, como a de Renée, que deve ganhar outros rumos. Aliás, segundo a coluna Play, do jornal OGlobo, comandada por Anna Luiza Santiago, os desfechos estão todos em abertos, e nem todos seguirão a trama original.
Isso gera a maior curiosidade da novela até então: vão manter quem assassinou Bruno a mesma pessoa? Ou até quem já sabe a identidade do assassino será surpreendido aqui? Só assistindo para saber!
Aliás, a colunista ainda revelou que a partir do capítulo cem até o último (previsto para ser o 173), uma história tolamente nova será contada ao público, mas ainda com base em uma ideia da versão anterior.
Na nova versão, Alessandro Marson e Thereza Falcão vão explorar uma ideia de Cassiano Gabus Mendes censurada pela ditadura militar em 1982, que apesar de ser aparentemente simples, mudará completamente o desenrolar da trama.
- Elas por elas: Maria Ceiça voltou às novelas da Globo após 23 anos
- Monique Alfradique mudou radicalmente visual para atuar em “Elas por Elas”
No remake, Jonas e Adriana, apaixonados na juventude, terão uma nova chance de vive rum amor na vida adulta. Ele irá morar com ela depois de deixar a mulher, Helena, que se casou com o bonitão após contar que estava grávida dele.
Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.