BBB23: O reality precisa ter um ‘vilão’ para ser bem sucedido?

Por - 28/01/23 - Última Atualização: 27 janeiro 2023

fotomontagem de retratos de karol conká, tiago abravanel, jade picon e felipe prior no bbbFoto: TV Globo/Fábio Rocha/João Cotta/Victor Pollak/Montagem

E já estamos encaminhando para a terceira semana de “BBB23”, da TV Globo, e surpreendendo a todo mundo, o reality show está cheio de enredos e atritos entre os participantes, deixando o programa extremamente dinâmico para se assistir. Porém, OFuxico decidiu levantar uma discussão: é necessário termos um vilão na atração para que ela funcione? Quais os limites do antagonismo na casa mais vigiada do país? Vamos falar disso logo abaixo!

2021: O EXAGERO DA “VILANIA”

karol conka altas horas
Karol Conká foi considerada a grande vilã do “BBB21” (Reprodução/Twitter)

Apesar de ser extremamente badalado e super engajado, o “BBB21” acabou sendo marcado por um grande excesso de “vilania”, principalmente em um grupo que acabou sendo visto como antagonistas: Karol Conká, Nego Di, Projota e Lumena Aleluia, que, ao menos dentro do programa, acabaram dessagrando os espectadores com suas atitudes.

A maior prova disso foram os grandes índices de porcentagem na eliminação destas personas, com os dois primeiros citados obtendo, respectivamente, mais de 99% e 98% dos votos, com o terceiro mencionado ganhando 91% e a última com pouco mais de 61%, mas em um paredão com o rapper, ou seja, votos foram divididos.

O que tornou esse grupo tão odiado dentro do reality foram suas posturas arrogantes e atitudes dignas de vilões de novela, em que detonavam alguns participantes por conta de diferenças, tinham reações absurdas aos erros de outras pessoas e até ameaças de violência foram feitas, além de fazerem questão de excluir da convivência quem não gostavam.

As críticas forma de muita intolerância por parte deles e falta de empatia, assim como de que tornavam o clima d casa extremamente pesado de se assistir, mostrando que excesso de vilania não é o caminho nem de suposição…

BBB DO AMOR DEU CERTO?

tiago abravanel mordendo dedo sentado no sofá da sala do bbb22
Tiago Abravanel foi considerado e criticado como percursor do “BBB do amor” (Foto: Divulgação/Globo/BBB)

Influenciada pela edição passada ou não, o “BBB22” acabou sendo marcado pela tentativa do “BBB do amor”, em que todos os participantes tentaram conviver harmoniosamente, ao ponto de irritarem os internautas pelo fato de “cantarem demais”. Tiago Abravanel foi muito citado como precursor dessa decisão e responsável por liderar os confinados nessa empreitada.

Ainda, muitas atitudes eram tomadas com a tentativa de não se indispor uns com os outros, como Pedro Scooby se oferecendo para o primeiro Castigo do Monstro ou perguntando se poderia vetar a si mesmo da próxima Prova do Líder quando sua liderança acabou, ou ate votar em si mesmo no Paredão.

Aliás, logo após a formação do primeiro Paredão, Naiara Azevedo, indicada, pensou em desistir por ter sido indicada, assim como Maria chegou a falar que estava se sentindo mal por ter votado em alguém que gostava na primeira semana, e que não sabia se conseguiria lidar com isso. Não é duvidando ou questionando os sentimentos dos envolvidos, mas se tem algo que com certeza vai acontecer no “BBB” é você ter que votar em alguém!

Diante de todo esse cenário, foi uma edição bastante criticada pelos fãs, que questionaram a falta de enredo e intrigas a serem resolvidas no reality show, afirmando que ficou monótono de se assistir, sedo considerado por muitos um dos anos mais fracos da atração.

Inclusive, o fato mais comentado desta edição foi a rivalidade entre Arthur Aguiar e Jade Picon, que entre erros e acertos na visão do público de ambas as partes, movimentaram a história dentro da casa e movimentaram o jogo, além de serem dois dos poucos que queriam de fato jogar na hora dos votos. Nesse exemplo, já que Arthur venceu o programa, Jade é considerada a grande antagonista da edição pela forma como a história se desenrolou.

MAS ENTÃO QUAL O CAMINHO?

robô do bbb fazendo joinha com a mão em cartaz
Divulgação/TV Globo/BBB

Isso gera uma grande dúvida: é ou não é para ter brigas e vilões em um reality show? Bom, primeiro vamos ressignificar o termo de vilão, afinal, isso depende de um ponto de vista, seja dos participantes em si ou da visão que o público enxerga dos confinados e de quem seriam os “mocinhos”.

Por conta disso, o termo “antagonista” é melhor, afinal, seriam as pessoas com jogo contrário ao de quem os espectadores escolheram como favoritos do programa, que muitas vezes acaba sendo uma relação simbiótica, pois os favoritos podem surgir de atitudes daqueles que virão a ser considerados antagonistas, com traição, difamação, exclusão, humilhação, e assim vai.

Então sim, a presença de antagonistas acaba movimentando o jogo, trazendo dinamismo e possibilidades, como formações de paredão novas e “vinganças” após cada grupo vencer alguma prova ou montar uma estratégia que pegue o outro grupo de surpresa. Aliás, antagonistas não precisam ser fixos, e acaba sendo muito chocante ver um favorito “trocar de lado” ou “cair no conceito do público”.

Todavia, tais atitudes “vilanescas” e/ou antagônicas devem possuir um limite, não ferindo direitos humanos ou beirando a acuações de torturas psicológicas, e é o que os espectadores acusam de ter ocorrido no “BBB21”, que acabou afastando muita gente de assistir.

EXEMPLOS BEM-SUCEDIDOS? TEMOS!

hadson nery, victor hugo e felipe prior na festa gato e rato do bbb20
“BBB20” foi marcado por trocas de antagonismo e mistura de “alvos” (Foto: Reprodução/TV Globo)

O “BBB20” é a edição dos últimos anos mais elogiada pelo público, e essa questão de antagonismo funcionou lá,, principalmente em relação às atitudes do grupo dos meninos em relação a uma estratégia montada contra as meninas do Camarote, que gerou a união das mulheres tão elogiada na primeira fase da edição, assim como dos homens não ligados ao primeiro grupo citado.

Apesar da maioria dos rapazes ter saído seguidamente logo no começo um por um, Felipe Prior permaneceu como membro remanescente, e passou a mudar suas posturas, cativando o púbico com isso, sua sinceridade e amizade formada posteriormente contra Babu Santana, que era separada dos outros grupos formados na casa.

Junta isso com o grupo dominante, formado por grande parte das mulheres, Pyong Lee e Daniel Lenhart, passando a terem atitudes que desagradaram o público com o passar do tempo, passando a mirar em eliminar alguns de seus membros por isso, trazendo muitas reviravoltas e inversões no jogo, deixando tudo bastante dinâmico e imprevisível.

Aliás, as forças antagônicas de cada visão defendida na casa se chocou no Paredão histórico de 1,5 milhão de votos, protagonizado por Manu Gavassi e Felipe Prior, que foi grandiosos não só pela força deles em si, mas pelas ideias defendidas por cada um, seus grupos e feitos no jogo e com a participação de muitos famosos pedindo votos, dividindo literalmente o Brasil.

O BBB23 ESTÁ NO CAMINHO CERTO?

Festa e primeira prova do líder
“BBB23” está marcado por rivalidades e intrigas (Foto: Reprodução/Globoplay)

Em relação à três edições citadas de exemplo, o “BBB23” parece se aproximar muito do “BBB20”, com os participantes não se sentindo em sua maioria do conflito e do jogo e nem chegando no ponto que tanto desagradou na 21ª edição, mas com acontecimentos marcantes que chama a atenção e faz com que os participantes já tenham suas visões negativas e positivas perante o público. Prova disso é que os participantes mais criticados possuem apoio “pelo entretenimento”.

Gabriel Tavares está sendo muito criticado pela relação considerada abusiva com Bruna Griphao, mas há quem fale que ele movimenta a casa, e não deveria sair cedo. Fred Nicácio foi apontado por muitos como arrogante, mas está sendo dono dos memes mais repercutidos até agora. Key Alves possui uma clara rivalidade com Bruna e Larissa, e suas polêmicas anteriores ao programa são “ignoradas” para que ela continue fazendo uma visão contrária às Sisters.

Também temos dois grupos dentro da casa se rivalizando, permitindo que, dependendo de cada resultado das provas e dinâmicas, paredões diferenciados surjam. Ainda, alguns membros de cada grupo se conversam, nascendo a possiblidade de novas alianças erem formadas, ou seja, mais reviravoltas.

Só nos resta torcer que o entretenimento continue ocorrendo, havendo sim limites tanto para o antagonismo quanto para as boas relações dentro de um jogo em que, as diferenças de convivência são o que mais chamam a atenção dos espectadores, que querem ver esses conflitos ganhando forma em algum momento.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.