Filha de Juliano Cazarré tem alta, mas luta continua: Relembre a história de superação de Maria Guilhermina
Por Redação - 21/09/23 às 15:46
Após 11 dias internada na UTI, Maria Guilhermina, filha de Letícia e Juliano Cazarré recebeu alta do hospital. A notícia foi dada pela esposa do ator.
Letícia compartilhou em seu Instagram Stories, uma foto em que a pequena de um ano aparece no carro indo para casa. “A caminho de casa”, escreveu a mamãe coruja.
A bebê nasceu com uma condição rara chamada Anomalia de Ebstein e já passou por inúmeros procedimentos cirúrgicos durante o seu primeiro ano de vida.
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Mesmo em casa, Maria Guilhermina necessita de cuidados intensivos e ainda tem uma longa luta pela frente. Além dela, Juliano e Letícia também são pais de Vicente, de 11 anos, Inácio, de dez, Gaspar, de três, e Maria Madalena, de dois. O sexto filho do casal, inclusive, já está a caminho.
Relembre a história de superação de Maria Guilhermina
- Nascimento
No dia 22 de junho de 2022, Juliano Cazarré compartilhou a emocionante notícia do nascimento de sua filha, Maria Guilhermina. O momento aconteceu em São Paulo e foi marcado pelo acompanhamento de uma equipe médica especializada. Desde o início da gestação, os médicos identificaram uma rara condição cardíaca na pequena, conhecida como Anomalia de Ebstein, uma cardiopatia congênita.
Nas redes sociais, Juliano Cazarré se pronunciou sobre o estado de saúde da filha: “Queridos amigos e familiares, é com enorme alegria e amor que anunciamos a chegada da nossa pequena Maria Guilhermina de Guadalupe Bastos Cazarré, na terça-feira, dia 21 de junho, às 8h30 da manhã, em São Paulo. Maria Guilhermina chegou com um coração especial, dilatando também os nossos corações e os de todos ao seu redor”, iniciou.
“Nos exames pré-natais, descobrimos que ela teria uma cardiopatia congênita rara, chamada Anomalia de Ebstein. Ao longo da gestação, os médicos perceberam que o caso dela seria um dos mais raros e graves dentro da anomalia e, por isso, decidimos vir para São Paulo para que ela pudesse nascer com a equipe mais especializada. Ela nasceu muito bem, surpreendeu a todos com muita força e saúde! Mas seu caso pedia uma intervenção cirúrgica imediata e, assim, nossa pequena guerreira passou seu primeiro dia de vida fazendo um reparo importante no coração”, explicou sobre a doença de Maria Guilhermina.
- A doença
O site OFuxico entrevistou a Dra. Juliana Rodrigues Neves, que é especialista em Cardiologia Pediátrica e também ocupa o cargo de Diretora do Departamento de Intervenções em Cardiopatia Congênita na Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).
A Anomalia de Ebstein é uma condição rara que envolve uma má formação da valva tricúspide, que é uma das válvulas cardíacas. Esta anomalia ocorre em aproximadamente 1% de todos os casos de cardiopatias congênitas. Na presença da Anomalia de Ebstein, a válvula tricúspide se desenvolve de maneira anormal, ficando posicionada em uma posição mais baixa do que o normal. Isso cria a possibilidade de o sangue fluir de volta do ventrículo para o átrio, o que não é o funcionamento típico dessa válvula cardíaca. “A anomalia de Ebstein é uma cardiopatia congênita rara e na sua forma neonatal como foi o caso da Maria Guilhermina, ela é extremamente rara. A cardiopatia congênita do tipo anomalia Ebstein ocorre em 01 a cada 20 mil recém-nascidos”, ressaltou a doutora Juliana Rodrigues Neves.
Essa condição resulta no aumento do átrio e na “atrialização” do ventrículo direito, o que pode levar a uma insuficiência cardíaca congestiva. A “atrialização” ocorre quando parte do ventrículo direito é incorporada ao átrio direito devido à posição anormal da válvula tricúspide. Isso causa um backup do fluxo sanguíneo, que por sua vez pode levar ao acúmulo de líquido nos pulmões, causando sintomas de congestão pulmonar. Além disso, devido à má circulação sanguínea resultante da Anomalia de Ebstein, pode ocorrer um fluxo insuficiente de sangue oxigenado para o corpo, o que pode afetar o funcionamento de órgãos e tecidos em todo o organismo. Isso pode resultar em sintomas adicionais e complicações de saúde.
“A anomalia de Ebstein se trata de uma má formação em uma das válvulas do coração, que abrem para deixar o sangue passar e fecham para que ele não retorne pelo caminho de onde veio. Então, nesta condição, há uma anomalia da válvula chamada triplos. A válvula tricúspide é a porta de entrada do coração e permite que os vasos que trazem o sangue já usado (já retirado o oxigênio pelo corpo), e eles retornem ao coração, passam pela válvula tricúspide e seguem para o pulmão para receber esse oxigênio de volta. A anomalia de Ebstein é uma doença desta válvula, que está implantada mais baixo do que o seria o normal. Sendo assim, a doença se torna mais grave quanto mais baixo for essa implantação da válvula”, explicou.
A especialista também esclareceu como é feito o diagnóstico em casos como o da filha recém-nascida do ator Juliano Cazarré. “Nesse caso, o diagnóstico foi realizado ainda dentro do útero. Isso é feito por meio de um exame que se chama ecocardiograma fetal, feito por um médico cardiopediatra, especialista em realizar o ecocardiograma ainda na barriga da mãe, é com esse ultrassom que se determina a forma da doença de Ebstein, o grau de repercussão e se vai ser necessário uma intervenção logo após o nascimento ou não”.
- Pequenas vitórias
No dia 6 de julho de 2022, Juliano Cazarré comemorou em suas redes sociais o fato de a pequena ter sido extubada após a primeira cirurgia. “Ela está indo muito bem, graças a Deus. Já foi extubada e respondeu muito bem ao procedimento”, disse ele, na ocasião.
Outra vitória importante foi quando a pequena mamou no peito pela primeira vez. “Um dos dias mais felizes da nossa vida! Ontem, Maria Guilhermina mamou pela primeira vez, com muito sucesso. A alegria da equipe ao redor é uma coisa linda de se ver, todos comemoram junto com a gente”, disse Letícia.
No dia 15 de julho de 2022, a pequena teve alta da UTI e foi transferida para o quarto. Mais uma vitória importante. “Letícia está bem com a bebê lá em São Paulo e, hoje, graças ao bom Deus, à intercessão poderosa da Virgem Maria e de São José, a todas as missas, terços e orações que vocês têm dedicado a Maria Guilhermina, nossa pequenina e a Letícia foram para o quarto do hospital, mas saíram da UTI. Estamos muito felizes aqui em casa”, disse Juliano, na época.
- Segunda cirurgia
Quase um mês após o nascimento, Maria Guilhermina precisou passar pela segunda cirurgia. “Nossa bebê está bem, está ganhando peso e mamando no peito. Ela está surpreendendo os médicos com a velocidade da recuperação. A questão é delicada, mais para frente ela deve passar pela segunda cirurgia, que é a que vai fazer a reparação da válvula do coração dela, que é a válvula defeituosa. Mas está tudo bem, a gente já sabia que seria assim. Rezem por ela, Maria Guilhermina”, pediu o pai.
- Alta
Após mais de um mês internada, Maria Guilhermina teve alta hospitalar no final de agosto de 2022. “Hora da alta. Vamos continuar em São Paulo, mas fora do hospital”, escreveu Letícia, na ocasião.
- Volta para o hospital
Alguns dias após ter alta, a pequena apresentou uma saturação baixa e precisou passar por um cateterismo, retornando ao hospital.
“Nossa pequena Maria Guilhermina voltou para a UTI inesperadamente. Ela estava bem, mas a saturação baixou, começou a oscilar e nossos (super!) médicos ligaram o sinal amarelo e preferiram internar para cuidar dela de perto. Graças a Deus, porque ela precisou mesmo de um cateterismo e de um stent, mas agora passa muito bem! Depois de uma noite em claro e um dia de muito carinho para que ela aguentasse muitas horas em jejum, intubação, procedimento e extubação, agora nós duas só queremos ficar juntas e dormir”, disse Letícia.
- Terceira cirurgia
No final de setembro de 2022, com apenas três meses de vida, Maria Guilhermina enfrentou sua terceira cirurgia. “Queridos amigos, hoje nossa pequena Maria Guilhermina vai passar pela cirurgia que nós tanto esperávamos, a cirurgia do cone, pelas mãos do Dr José Pedro e do Dr Rodrigo Freire. Desde o início, quando recebemos o diagnóstico de Anomalia de Ebstein, pedimos ao Beato Álvaro del Portillo, sucessor de São Josemaria, que intercedesse pelo milagre da cura total no coração da Maria Guilhermina”, disse Letícia.
A pequena enfrentou novamente a UTI e mostrou toda sua garra. No entanto, Maria Guilhermina piorou e precisou passar por mais um procedimento, que foi bem-sucedido.
Finalmente, no final de janeiro de 2023, Maria Guilhermina recebeu alta novamente do hospital e pôde ir para casa, recebendo todos os cuidados necessários.
- Hospital de novo
Porém, em março, Maria Guilhermina precisou retornar ao hospital para realizar dois procedimentos, que já estavam nos planos da família.
Letícia contou que Maria Guilhermina sera submetida a troca da cânula da traqueostomia e o recebimento de um boton na barriga que livraria a filha da sonda da gastrostomia. Pouco tempo depois, a pequena recebeu alta novamente.
- Última internação
Dentro do seu quadro, Maria Guilhermina estava evoluindo bem e até ganhou uma festa para celebrar o seu primeiro ano de vida. Porém, recentemente ela voltou para a UTI.
“Ela não passou bem a noite, minha mãe ficou um tempo com ela de madrugada e de manhã ela acordou com febre e muito esforço respiratório. Estamos esperando a ambulância que vem avaliar se ela deve ir para o hospital. Abri minha mala, peguei metade das coisas e vou colocar em uma bolsa para ficar preparada”, disse Letícia.
“A gente recebeu os resultados dos exames, e ela está com duas bactérias bem resistentes. Então, vamos precisar passar acesso no fundo do pescoço. Ela vai pro centro cirúrgico, passar acesso, e vai para os antibióticos. Desta vez ela não está com nenhum sinal de sepse”, explicou a mamãe coruja.
Felizmente, a pequena guerreira já recebeu alta hospitalar e já está em casa com a família.
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