Cantora mexicana Yuri revela sequela rara após a Covid-19
Por Flavia Cirino - 07/09/21 às 10:21
Um ano depois de vencer a Covid-19, a cantora mexicana Yuri revelou, durante uma entrevista ao programa “Hoy”, da Televisa, que foi diagnosticada com disautonomia. A condição, que é rara e aumenta o batimentos cardíacos, tem sido observada em diversos pacientes com a chamada “Covid longa”, uma forma mais extensa e duradoura da doença.
“Algumas sequelas no sistema nervoso voltaram há três semanas, eu estava bastante doente. Graças a Deus consegui detectar a tempo, fui a um neurologista, dois neurologistas, que detectaram que tenho disautonomia, que não é fatal, mas é muito difícil”, contou a artista.
Yuridia Valenzuela Canseco, a Yuri, de 57 anos já esteve no Brasil em 1988, lançando a versão brasileira do LP “Isla del Sol”. A disautonomia, condição que afeta a saúde da cantora e que tem sido detectada em muitas outras pessoas que sofrem da chamada “Covid longa” é um termo geral que engloba diferentes condições que compartilham um problema comum: o mau funcionamento do sistema nervoso autônomo (SNA).
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ENTENDA A DISAUTONOMIA
O SNA (formado pelos sistemas simpático e parassimpático) controla as funções automáticas do corpo – aquelas sobre as quais não temos controle – como frequência cardíaca, pressão arterial, digestão, dilatação da pupila e temperatura, entre outras.
Em uma pessoa saudável, o SNA reage corretamente a estímulos externos, como gravidade, temperatura ou estresse.
Mas quando há falhas no funcionamento do sistema nervoso autônomo, como ocorre com a disautonomia, o paciente pode apresentar uma série de sintomas que vão desde tonturas, desmaios, taquicardia, bradicardia (quando o coração funciona mais devagar), fraqueza, problemas estomacais, entre outros.
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COMO IDENTIFICAR A DISAUTONOMIA
A disautonomia pode se manifestar como condição primária ou associada a outras doenças como doença de Parkinson, artrite reumatoide ou, como já começa a ficar evidente, também com a Covid-19.
A doença pode estar presente no nascimento ou aparecer gradualmente ou repentinamente em qualquer idade. E seu nível de gravidade varia de leve a grave, mas raramente é fatal.
Estima-se que, em todo o mundo, mais de 70 milhões de pessoas vivam com diversas formas dessa condição, que afeta igualmente pessoas de diferentes gêneros e etnias.
Em pacientes com Covid longa, a fadiga é a manifestação clínica mais comum.
DISAUTONOMIA X COVID LONGA
Não se sabe o porquê alguns pacientes que foram infectados com SARS-CoV-2 continuam a ter sintomas meses após terem superado a doença, independentemente de terem sofrido um quadro grave ou leve de covid-19.
Algumas teorias sugerem que o vírus pode continuar presente em quantidades pequenas, escondido em reservatórios anatômicos distantes do sistema imunológico, e assim continuar causando problemas.
Uma resposta autoimune à infecção viral inicial também pode estar ligada a outra teoria que tenta explicar a Covid longa e pode ser a causa de alguns dos sintomas mais raros, como a disautonomia.
De acordo com a BBBC News, Alguns cientistas consideram a Covid-19 uma doença endotelial, em que a inflamação gerada contra o vírus acaba danificando o endotélio vascular, uma camada frágil que atua como uma interface entre o sangue e os tecidos do corpo.
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No início deste ano, cientistas da Universidade de Copenhagen propuseram que, em alguns pacientes com Covid longa, o corpo poderia acabar atacando suas próprias estruturas vasculares.
Outros cientistas suspeitam que a Covid pode desencadear a reativação de vírus que permaneceram latentes no corpo por anos ou mesmo décadas, e é isso que levaria ao desenvolvimento de sintomas crônicos.
TRATAMENTO
Não há cura para a disautonomia, mas nas formas secundárias da doença pode haver melhorias quando a condição subjacente é tratada com medicamentos, bem como com exercícios e mudanças na dieta e no estilo de vida.
Vale sempre lembrar que muitos pacientes que apresentam sintomas muito depois de serem infectados pelo vírus começam a se sentir melhor com o tempo, conforme o corpo se recupera.
O SARS-CoV-2 está por aí há menos de dois anos, é muito cedo para saber por quanto tempo os sintomas crônicos vão durar.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino