Andressa Urach reflete sobre transformação: ‘Sou muito mais julgada hoje’
Por Redação - 16/07/20 às 15:15
Parece que foi ontem que o Brasil se comovia com a luta de Andressa Urach pela vida, após sofrer complicações da substância PMMA, aplicada em suas coxas, anos antes. Foi no ano de 2015 que ao ver a morte de perto, teve um encontro genuíno com Deus, que mudaria em definitivo sua trajetória.
Andressa que está prestes a lançar um novo projeto, o clipe da música A Noite Virou Dia, no próximo dia 14 de agosto, em todas as plataformas de música, ressaltou que não é cantora profissional e, tampouco, tem por objetivo ser algo comercial.
“Eu quero que as pessoas assistam ao clipe. A música A Noite Virou Dia surgiu justamente do clipe, onde conto minha história. O objetivo é ajudar as mulheres que ainda vivem na prostituição, que se arrependam, e saiam dessa vida. Assim como eu me arrependi e graças a Deus, já faz cinco anos que fiz novas escolhas. Meu objetivo é ganhar almas, eu quero que as pessoas conheçam o Senhor Jesus, e terem uma nova vida. No clipe, eu explico melhor. As pessoas estão esperando que eu cante [música] gospel. Será um rock. A música foi feita em três versões. Só assistindo para as pessoas entenderem. Não é para ser algo comercial, o objetivo é ajudar. Ficou lindo o resultado! Foi um trabalho feito em equipe. A Elisa Hares, uma amiga minha que compôs a letra, e o Rafael Oliveira quem a produziu. Resultou num trabalho incrível. Tenho certeza que as pessoas vão gostar”, explicou ela, para OFuxico.
E como será que vai se sentir diante das críticas do atual trabalho?
“Não sou cantora, então, já estou preparada para as críticas (risos), que sempre vão existir. Se eu conseguir ajudar uma única pessoa já valerá a pena. É possível recomeçar, ter uma nova vida. Hoje eu tenho paz”, destacou.
Objetificação da mulher na música
Aos 32 anos, Andressa tem um novo olhar para diversos temas. Ela realizou uma análise dos reflexos de letras e melodias atuais, colocando a mulher em um patamar negativo.
“É muito triste perceber o que a música brasileira se tornou… Eu ouço músicas dos anos 1980, as de hoje não dá, as letras estão muito pesadas. O vocabulário é chulo, vulgar. O mais triste é que as crianças e adolescentes estão ouvindo. Essa geração acha tudo isso normal e é feio. Eu não acho bonito, não concordo com nada disso mais. Meu passado é horrível, me envergonho, me arrependo. A maneira como eu me expunha no passado, é o que infelizmente essas cantoras da atualidade estão fazendo para ficarem famosas. O triste é que elas são influenciadoras, com um alcance enorme de pessoas. É uma mensagem de que “tudo pode”, não há limites, isso é perigoso… Antigamente se tinha qualidade nas letras e melodia, porém, infelizmente, quase não encontramos mais isso”, frisou ela.
Cinco anos de resiliência
Desde que se converteu ao Cristianismo, há cinco anos, Andressa diz que é comum ouvir de algumas pessoas, que sua transformação não é real.
“O mais triste é que eu era mais aplaudida no passado, quando eu era uma vergonha para as mulheres, andava seminua… Atualmente eu busco fazer o que é certo, sou muito mais julgada hoje. Faz cinco anos que mudei minha vida, pensamentos, atitudes, valores. As pessoas têm realmente dificuldade em acreditar, é natural. No passado quando alguém se convertia a Jesus eu também falava: ‘Ah, ela fez tudo de errado e agora tá pagando de santa’”, pontuou.
Ela aproveitou ainda para aconselhar o público feminino.
“Então, eu entendo essas pessoas que me julgam. O tempo está mostrando se eu mudei ou não. Posso dizer que hoje eu tenho paz, vida, e totalmente curada dos vícios. Vivia no fundo do poço. Eu quero sim que as mulheres aprendam a se valorizar. Elas não precisam ficar nuas para chamar atenção. Se eu pudesse voltar no tempo e apagar o meu passado eu apagaria, mas não posso, então, optei por fazer novas escolhas. Respeito a opinião das pessoas, mas não posso concordar com algo que hoje eu sei que é errado”, relembrou ela.
Livros Morri Para Viver e Desejos da Alma
No mesmo ano de sua conversão, Andressa decidiu compartilhar com outras pessoas sua experiência de quase morte, por meio dos livros Morri Para Viver e, recentemente, em 2019, o Desejos da Alma.
“O meu livro Morri Para Viver, relata o meu passado, as escolhas erradas que eu fiz. E o Desejos da Alma conta a minha pós-conversão, eu falo tudo que aconteceu comigo nesses últimos cinco anos. O que não é fácil andar na contramão do mundo. Sou muito criticada, julgada, as pessoas parecem que torcem para que eu erre. É triste saber que o mundo está assim. Se eu puder ajudar uma única pessoa com minha história já valeu a pena. É possível mudar. Esse é o objetivo dos meus livros, levar esperança às pessoas, para que entendam que nós não somos o nosso passado, temos a chance de fazer escolhas diferentes. Mas é preciso abandonar velhos hábitos, pensamentos, atitudes e até amizades. Existe uma renúncia”, descreveu.
Quadro Eu Sobrevivi, Balanço Geral Rio Grande do Sul
Além do quadro Eu Sobrevivi que apresenta na cidade onde mora atualmente, em Porto Alegre, Andressa revelou mais uma novidade em sua vida.
“Eu já trabalho há mais de seis anos como apresentadora de TV. Comecei na RedeTV!, depois fui contratada pela Record TV. Fiz dois anos o quadro Eu Sobrevivi em São Paulo, e, atualmente moro em Porto Alegre, e apresento o Eu Sobrevivi lá. Contamos histórias de pessoas que quase morreram, passando por algum tipo de problema emocional ou físico, e venceram. A dor foi motivo de força. O quadro leva uma reflexão, principalmente nesses tempos difíceis que o mundo passa. Achei importante fazer a faculdade de Jornalismo, buscando cada dia mais conhecimento”, revelou ela.
Palestra em penitenciárias
Dona de uma meiguice no olhar e extremamente amorosa no falar, Andressa Urach não lembra absolutamente em nada à personalidade que a mídia conheceu no passado.
“Eu não sou pastora, nem missionária. Sou uma pessoa que se arrepende muito do passado, mas encontrei o Senhor Jesus. Fui transformada pelo espírito de Deus, que fez essa cura interior. Não existe nada mais maravilhoso do que deitar a cabeça no travesseiro, e não ter nada que acuse a nossa consciência. Hoje eu não preciso mais usar drogas, calmantes. Eu vou aos presídios realizar palestras, justamente mostrar às pessoas que Jesus veio para todos, não importa o que você tenha feito. Desde que você se arrependa e faça novas escolhas. Esse é o meu propósito de vida. Fica essa mensagem de reflexão para a nova geração”, concluiu.
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