Felipe Prior surge na web para fazer apelo: ‘Atrapalham minha defesa’
Por Redação - 19/07/23 às 19:15
Acusado de estupro, Felipe Prior se pronunciou sobre os ataques que Maira Pinheiro, advogada que defende uma das vítimas, tem sofrido nas redes sociais. Pelo Instagram, o ex-BBB fez um apelo.
Ele pediu que os fãs parem de enviar mensagens de ódio para a profissional e jurou ser inocente.
“Primeiro, estou passando aqui para agradecer pelas mensagens de solidariedade que estão mandando para mim. Tenho certeza de que vamos vencer essa batalha. Mas eu estou aqui para pedir também para vocês pararem de mandar mensagem para as advogadas das que se dizem agredidas por mim. As mensagens atrapalham a minha defesa. Tudo o que eu não preciso nesse momento agora é de maior exposição. Eu sei que vocês estão torcendo por mim. Então, não mandem mensagem às advogadas nem às outras pessoas dos casos. Eu preciso nesse momento da força e da compreensão de vocês. Vale ressaltar que eu não sei quem são essas pessoas. Mas repito que parem, é o único apelo que tenho nesse momento é pedir para parar, não vai contribuir em nada isso tudo. E também estou aqui para falar que eu sou inocente e que iremos vencer tudo isso. Obrigado de coração, é isso”, disse.
ADVOGADA ESTEVE NA TV GLOBO
Nesta quarta-feira, 19 de julho, Maira Pinheiro, advogadas das vítimas que acusam Felipe Prior de estupro, participou do programa Encontro, da TV Globo, e deu detalhes inéditos das ameaças que vem sofrendo por meio de mensagens e ligações dos fãs do ex-BBB.
“(Um deles) Ameaçou até a minha filha, que tinha sete anos de idade na época”, contou.
Maira revelou que as ameaças e ligações acontecem desde 2020, quando o assunto voltou à tona.
“Coisas que atacam a minha moral apesar de eu estar no exercício da minha profissão. Esse tipo de ataque passou a ser bastante frequente. Isso desde abril de 2020. E com o tempo passou a ser uma coisa mais orquestrada, centenas por dia”, disse.
A advogada revelou que guarda todas as ameaças e que muitos ataques dizem que as mulheres são oportunistas e acharam que o processo não tinha nada em nada.
“Eu sou advogada, eu documento essas coisas. Eu tenho uma pasta na nuvem que eu guardo essas ameaças. Os ataques à versão que a vítima apresentou eram muito rasteiro, chamavam as mulheres de oportunistas. Ao longo desses três anos, as pessoas achavam que ele tinha sido inocentado, que não tinha dado em nada”, explicou.
A advogada ainda revelou que existem advogados homens na defesa das mulheres que acusam Felipe Prior de estupro
Por fim, Maira Pinheiro ainda contou que, antes de ser famoso pelo BBB, Felipe Prior já tinha uma “fama” nos meios que ele circulava. “Antes de ser famoso por ter participado do BBB, ele já tinha uma fama por ter o comportamento predatório contra as mulheres”, finalizou.
O CASO
Conforme OFuxico destacou, Felipe Prior foi condenado por estupro, mas pode recorrer em liberdade. A decisão, assinada pela juíza Eliana Cassales Tosi Bastos no último dia 08 de julho, é de que ele cumpra seis anos de prisão em regime semiaberto. O arquiteto e ex-BBB pode recorrer em liberdade, e o caso corre em segredo de justiça.
Na noite de domingo, 16 de julho, o “Fantástico” exibiu com exclusividade o relato da mulher que o denunciou pelo crime. Arqiteta, assim como o ex-BBB, ela contou em detalhes a madrugada de horror que diz nunca mais ter esquecido.
Atualmente com 31 anos, a vítima tinha 22 quando ocorreu a violência e cursava arquitetura na mesma universidade particular que ele, em São Paulo: “A gente começou a ter contato por conta de uma colega minha, de sala, que também estudava na Zona Norte, né? Todos nós morávamos na Zona Norte. Ela conversou com ele e sugeriu da gente fazer um esquema de caronas pagas, né? Já que a gente morava todo mundo perto”, contou.
Vale ressaltar que há outras três denúncias de estupro contra o ex-BBB. Juliana Valente, advogada da vítima que conversou com o Fantástico, destacou que Prior já se tornou réu em uma e que as outras duas estão em fase de investigação por parte da Polícia Civil.
A advogada espera que ele também será condenado em todos os casos e que suas penas, somadas, alcancem 24 anos de prisão: “Acreditamos que ele pegue uma pena maior nesses outros casos. Se for na pena mínima, no mínimo, 24 anos de prisão, o que a gente tem plena convicção que vai acontecer. Essas vítimas, depois de tanto sofrimento, vão conseguir o mínimo da Justiça, porque essa dor nunca vai ser reparada.”
COMO ACONTECEU O ESTUPRO
Segundo a vítima, o caso ocorreu na madrugada do dia 8 de agosto de 2014, após uma festa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
“Na hora de ir embora, eu cruzei com Prior. Ele, ah, também tô indo, você quer uma carona? Aí falei, tá bom. Essa minha amiga que estava comigo ela também morava na Zona Norte”, destaou.
Sem mostrar o rosto e muito emocionada, interrompendo várias vezes por conta das lágrimas e da voz embargada, ela deu detalhes de como aconteceu o estupro.
“Ele deixou primeiro a minha amiga na casa dela. E quando a gente estava indo sentido a minha casa, ele parou o carro no meio da rua. E desafivelou meu cinto, começou a me beijar. E aí ele foi pro banco de trás e me puxou.”
“Começou a tirar minha roupa. E, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo.
“Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue”, relembrou a vítima.
A vítima relatou ao Fantástico que, após a violência, Felipe Prior viu o sangue e perguntou se ela gostaria de ir ao hospital: “Eu falei que não, que eu só queria ir para minha casa”, contou.
LAUDO MÉDICO COMPROVA O ESTUPRO
Ao chegar em casa, ela foi direto para o banheiro. “Fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar”. A mãe da vítima, então, decidiu levar a filha para o hospital, onde foi atestada uma laceração de grau 1 – compatível com fricção de pênis ou introdução de outro instrumento na vagina, segundo o prontuário.
Ao ser questionada pela médica sobre o que havia ocorrido, ressaltando que poderia dizer a verdade por estar em um lugar seguro, a vítima manteve o silêncio. Ela só rompeu quando viu Prior no “BBB20”, anos depois, e amigas mostraram prints de tweets de outras mulheres que o apontavam como abusador.
PRIOR MANDOU MENSAGEM PARA A VÍTIMA
Segundo a vítima, no dia seguinte ao ocorrido, Prior quis saber como ela estava: “Me mandou uma mensagem, perguntando se ela estava bem”.
A jovem teve vergonha de que a história fosse espalhada na universidade e pediu sigilo: “Falei que eu estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem e me enxergassem e pensassem nisso”, lamentou.
Ao resolver deixar a vergonha e os julgamentos de lado, a vítima decidiu ajudar outras mulheres vítimas de abuso: “Eu posso ajudar as outras mulheres a terem coragem de se posicionar. Porque isso precisa parar. Isso precisa parar”, disse.
Infelizmente ela faz parte da minha história. O que eu posso fazer com ela hoje é mostrar para o mundo que nenhuma mulher merece ter uma ferida dessas”.
O caso foi revelado pela Revista Marie Claire em abril de 2020 – depois da saída de prior do BBB.
FELIPE PRIOR ALEGA INOCÊNCIA
Após a condenação, o arquiteto usou uma rede social onde tem seis milhões de seguidores pra dizer que é inocente e limitou os comentários da postagem. Todas são positivas pra ele.
Em nota, a defesa de Prior disse que recebeu as informações da sentença pelos meios de comunicação e que a decisão “será objeto de apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e de sua Defesa, que nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência e de que, em sede recursal, lograr-se-á sua reforma, em prestígio à Justiça, reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente demonstrada durante a instrução processual”.
“Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, a luz da presunção de inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso LVII, do artigo 5°, da Constituição Federal brasileira que preconiza que ‘Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória’, para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso país”, diz o texto.
Em nota, a defesa de Prior disse que recebeu as informações da sentença pelos meios de comunicação e que a decisão “será objeto de apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e de sua Defesa, que nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência e de que, em sede recursal, lograr-se-á sua reforma, em prestígio à Justiça, reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente demonstrada durante a instrução processual”.
“Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, a luz da presunção de inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso LVII, do artigo 5°, da Constituição Federal brasileira que preconiza que ‘Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória’, para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso país”, diz o texto.
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