Lembra do Ronan? Vem saber como está a vida do 3° colocado no BBB16
Por Redação - 16/01/21 às 08:00 - Última Atualização: 6 abril 2021
Em 2016, quando o sucesso do Big Brother Brasil já era consolidado, a edição revelou grandes personagens, divididos em dois grupos: o Esquadrão Meditação e o Quadrilha Suicida.
Como os nomes sugerem, o primeiro grupo, formado por Alan, Adélia, Daniel, Tamiel e Renan,era da turma zen, que não queria atritos e procurava levar tudo numa boa. Já o segundo, capitaneado por Ana Paula Renault, Harumi, a campeã da edição, Munik Nunes, Ronan e Vovó Geralda, colocava fogo no parquinho e se jogava na disputa.
Havia ainda, fazendo as vezes de "café com leite", a Facção Sabonete, formada por Maria Claudia e Cacau, que namoravam durante o confinamento.
O barulho feito por Ana Paula Renault dispensa comentários. Ela era melhor amiga da campeã, Munik, e de Ronan, cuja amizade se mantém ainda hoje.
O paranaense ficou em terceiro lugar no reality e é um dos poucos ex-participantes que cita o programa em sua biografia nas redes sociais.
Com os R$ 50 mil que recebeu por sua classificação, Ronan abriu uma empresa de cosméticos e adquiriu uma franquia de viagens. A economia teve oscilações e os negócios mudaram.
Ronan passou a trabalhar e morar em um hostel que , com a pandemia, fechou.
Sempre mantendo o otimismo, conforme fazia no confinamento, ele venceu o coronavírus em agosto do ano passado. Teve medo e chegou a fazer um vídeo-testamento. Mas passou! Embora ainda mantenha cuidados em função da pandemia, Ronan contou que seu trabalho se intensificou neste período.
Na época do reality, ele era voluntário da Central Única das Favelas (Cufa) e atualmente é parceiro-empreendedor da ONG. Sua paixão, assim como a namorada, Celi. Os dois moram juntos na periferia de São Paulo e Ronan ainda pretende oficializar a união.
Confira:
OFuxico: Poucos participantes mantêm carinho pelo reality e não "escondem o passado" como você, que destaca em sua bio no Instagram o fato de ter sido o terceiro colocado no 16. Como lida com o título de "ex-BBB"?
Ronan Oliveira: O Big Brother não foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, longe disso! Também não foi a melhor das coisas que aconteceu na minha vida. O BBB foi uma das coisas que aconteceu na minha vida que me ajudaram a entender um pouco mais sobre a vida e a tomar outros rumos. Eu não tenho problema nenhum em ser um ex-Big Brother. Claro que tem seu ônus e seu bônus. A gente carrega com o título de ex-BBB um estigma que aparece sob muitas carreiras, no meio intelectual, no meio das artes. Mas tem a parte boa, que foi tudo o que vivi nesses cinco anos, que eu não teria vivido se não tivesse participado do Big Brother. Então eu coloco na minha bio que fui o 3° lugar no BBB16. Foi uma coisa interessante que muita gente almeja fazer.
OFuxico: A Quadrilha Suicida mantém contato?
Ronan Oliveira: Eu fiz as pazes com todas as pessoas da minha edição. Não falo com o Laércio, que está preso até hoje por pedofilia, e com o Matheus, porque não tivemos oportunidade e não faço muita questao. Com Adélia e Juliana tenho uma relação de amizade muito gostosa. A Ana é muito amiga, converso sempre com a Harumi, com a vovó Geralda. A minha relação com a galera é muito boa. Com a pandemia, sinto saudades de todo mundo porque a gente só se fala por internet, a gente não se encontra mais. Não conseguimos tomar uma cerveja, um vinho, um champanhe juntos. Por causa da pandemia, tivemos esse afastamento.
OFuxico: Passados cinco anos, você ainda para pra dar autógrafos e tirar fotos? É muito reconhecido?
Ronan Oliveira: Uma vez, numa escola, assinei o caderno da criançada. Mas nunca dei autógrafos. Sempre disse que quem dá autógrafo é artista. Agora, foto tudo sempre, sou reconhecido sim. Sempre teve e sempre vai ter aquele pessoal que fala assim, 'Hum, será que é ele?'. No metrô, no ônibus, me cumprimentam. Me veem também nas redes sociais. Mesmo depois de cinco anos, sou reconhecido ainda pelo BBB. O programa não é só televisão, é também internet. Sou um negro gigante, extremamente expressivo, a pessoa me olha e fala: 'conheço esse cara!'. Pergunta se sou do The Voice, de outra coisa. Aí quando falo que fui do Big Brother, dizem: 'ah, mas eu não assisto'. Não assiste, mas me conhece, né? Sei…
OFuxico: Se houvesse outra oportunidade, participaria?
Ronan Oliveira: Preferiria mil vezes participar de outro reality para ter uma experiência diferente. Uma fazenda, de repente…
OFuxico: Como é o seu trabalho na Cufa?
Ronan Oliveira: A Cufa está em todos os estados do Brasil e em mais de 30 países. Eu estou na Cufa antes do BBB. Eu era voluntário, depois do programa me tornei embaixador e hoje atuo como empreendedor social em parceria com a Cufa. Existe uma Cufa em cada favela. Eu moro na favela, moro na periferia e faço parte da Cufa Guarapiranga. Nós distribuímos mais de 5 mil cestas básicas, botijões de gás, brinquedos, vale em dinheiro para as mães comprarem material de higiene, pra pagar as contas, pra poder ter uma vida digna durante essa crise mundial. A Cufa criou o projeto Mães da Favela e eu venho atuando aqui na minha área. Além disso vendo e trabalho com o Alô Social, um projeto da Cufa com a operadora TIM, que é mais barata para o povo das periferias ficar conectado. Foram distribuídos mais de 200 mil chips gratuitos para as mães no Brasil todo.
OFuxico: No programa, você sempre falava na importância de trabalhos sociais…
Ronan Oliveira: É a realização de um sonho. Eu sempre falei no Big Brother que queria trabalhar de forma que causasse um impacto positivo na sociedade.
OFuxico: Como foi driblar as adversidades e ressignificar tanta coisa na vida pessoal nos últimos tempos?
Ronan Oliveira: Eu sou negro, numa sociedade que é sistematicamente racista. Desde que eu me entendo por gente, que eu me entendo como indivíduo, eu tenho que driblar as adversidades e tentar ressignificar a vida. Eu tenho que tentaram ver o lado bom da vida, mesmo só acontecendo coisas ruins. O povo da periferia,o povo negro, já está acostumado a viver parecendo que está em guerra. Então a pandemia não me assustou nesse sentido. Me assustou porque peguei Covid, não foi facil. Junto com isso tudo eu perdi o emprego, que era onde eu também morava.
OFuxico: E seu namoro, podemos esperar casamento?
Ronan Oliveira: Eu e a Celine estamos vivendo bons momentos juntos. Foi uma surpresa, a gente não esperava, mas veio pandemia, todas essas coisas e a gente acabou juntando os panos. Estamos lutando para ganhar nosso lugar ao sol.
OFuxico: Qual seria sua crítica ao panorama atual de reality show?
Ronan Oliveira: Reality show levanta muitas discussões que são pertinentes à sociedade, mas a gente olha muito só como entretenimento. É um laboratório que a gente deveria olhar com mais cuidado. Nos últimos tempos, temos visto muito esse debate de questões sociais dentro de reality que eu acho que é muito válido. Espero que esse próximo venha com mais discussões desse tipo pra gente poder revelar o quão podre é as vezes a nossa sociedade pra gente tentar melhorar. Também espero que essas pessoas que acabam se revelando machistas, racistas, homofóbicos e até misantropos paguem por seus crimes, pelo que falam e fazem. É importante.
OFuxico: Você pretende acompanhar o BBB 21? O que espera do Big dos Bigs?
Ronan Oliveira:– Na verdade eu nunca assisti o BBB. Vi alguma vez na vida o primeiro, dei uma pincelada Nos outros, mas nunca parei pra assistir. Eu não tinha curiosidade antes de participar e depois, realmente nunca tive tempo pra assistir. Não tenho nada contra, se tivesse tempo e disposição, sentaria pra assistir, sem problemas. Geralmente sei das coisas pelas redes sociais, pelos amigos e a família que assistem fervorosamente e me conta tudo. Só espero que seja um entretenimento que revele questões sociais e que elas sejam resolvidas, pelo menos no âmbito do reality show.
Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.