Sertanejo Bruno, da dupla com Marrone, evita fotos ao chegar à polícia

Por - 15/03/24 às 16:10

Sertanejo Bruno esconde o rostoTomzé Fonseca/AgNews

Bruno, da dupla com Marrone, teve de prestar depoimento, nesta sexta-feira, 15 de março,  na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), em São Paulo.

O sertanejo é acusado de ato transfóbico com a repórter trans Lisa Gomes, da RedeTV!

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Para quem não se recorda, em maio de 2023, momentos antes de de dar uma entrevista à jornalista, o sertanejo a questionou: “Você tem pau?”. 

Dias depois, ele chegou a pedir perdão.

“Estou aqui para pedir desculpa para Lisa Gomes pelo que perguntei a ela. Fui totalmente infantil e inconsequente. Acho que não tem como voltar no tempo… perdão, Lisa Gomes”, disse na época.

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Ao chegar à delegacia, nesta sexta-feira, Bruno escondeu o rosto dos fotógrafos.

Segundo a jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o depoimento de Bruno é uma das etapas finais da investigação sobre o caso.

Existe a expectativa da defesa do cantor de que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recomende o arquivamento da apuração.

Sertanejo Bruno esconde o rosto
Foto (Tomzé Fonseca/AgNews)

Relembre o Caso

No início do mês de maio do ano passado, a repórter da RedeTV! Lisa Gomes, que é trans, passou por um momento de muito constrangimento. Enquanto entrevistava Bruno, o cantor fez um questionamento indevido sobre o órgão sexual dela.

Ainda naquele mês, Bruno foi processado pelo crime de LGBTIFOBIA. O Deputado Estadual Suplente de São Paulo Agripino Magalhães e sua equipe de Advogados denunciaram o cantor no Ministério Público de São Paulo pelo crime de RACISMO/ LGBTIFOBIA.

“Desrespeito ao próximo atacando a sexualidade das pessoas não é piada. É LGBTIFOBIA! É crime! Não basta simplesmente nos indignarmos com casos de LGBTIfobia. Temos que reagir. Criaturas homofóbicas e transfóbicas têm que responder e serem penalizadas com rigor pela lei”, disse o político.

“Todo preconceito é violência, toda discriminação é causa de sofrimento”, acrescentou.

Condutas homofóbicas e transfóbicas foram, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal no ano de 2019, enquadradas como crime de racismo previsto na Lei 7.716/1989. Na decisão, o STF definiu como crime condutas que “envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém”. O artigo 20 da referida lei prevê pena de um a três anos de reclusão e multa para quem cometer tais crimes.

Será crime “praticar, induzir, ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual ou identidade de gênero de qualquer pessoa. A pena será de 1 a 3 anos, mais multa, e pode subir de 2 a 5 anos, se houver divulgação do ato homofóbico e transfóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social.

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Jornalista desde 2000, iniciou a carreira como redatora do site OFuxico em 2002. Anos mais tarde, trabalhou como editora no site Famosidades (MSN), tendo passagem ainda como repórter na Quem, jornal Agora S. Paulo (Folha de S. Paulo), R7 e retornou em 2015 como editora do site OFuxico.