Vai na Fé: Clara e Helena são tema de discussão no Dia do Orgulho LGBT

Por - 28/06/23 às 18:40

Fotomontagem de Juh Almeida e Renata Corrêa e Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), de Vai na FéFoto: Danilo Castro/gshow e Fábio Rocha/Globo - Montagem

Nesta quarta-feira, 28 de junho, é comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, e entre as novelas da atualidade, “Vai na Fé”, da TV Globo, se destaca por diversos personagens representativos na trama, comandada por Rosane Svartman, com destaque para Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman).

Tanto elas quanto outros personagens tiveram sua representatividade em tela elogiada pelo público, e muito disso vem do fato de uma das roteiristas e uma das diretoras serem parte da comunidade LGBTQIAPN+: Renata Corrêa e Juh Almeida, respectivamente, que falaram com o Gshow do assunto.

As duas são responsáveis pelos momentos “Clarena” na novela, e a escritora ressaltou a luta por diversidade nas novelas: “‘Vai na Fé’ existe, e existe dessa maneira por conta de um grupo de diretores tão diversos, com um elenco tão diverso, um grupo de autores tão diversos. Durante muito tempo, muita gente lutou colocando esses tijolinhos para ‘Vai na Fé’ estar ao ar hoje”.

“A gente escuta muito que ‘Vai na Fé’ é uma novela tão real e fiel ao que as pessoas vivem. Eu acho que a gente consegue imprimir essa verdade porque, além de viver ela, a gente vive a empatia”, completou a diretora, que entrou na área ao receber uma máquina fotográfica da mãe.

“Eu entreguei na fotografia, na arte e no cinema, essa válvula de escape para me encontrar, me reconhecer. E foi através da imagem que comecei a me reconhecer enquanto mulher negra, e enquanto uma mulher lésbica”, contou.
Renata virou roteirista após criar fanfics de “Mulheres de Areia”: “Eu acho que foi daí [com o acesso aos roteiros] que nasceu um sonho de trabalhar na TV, então eu fiz faculdade de cinema e fui encaminhando a minha carreira para trabalhar com televisão”.

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BEIJO DE CLARA E HELENA

Apesar de diversas cenas de beijo censuradas na trama, um deles foi ao ar na última semana, alegrando os fãs, e Corrêa e Almeida enxergaram o momento como a “coroação de um amor maduro”, fruto de uma construção calma e de evolução gradativa.

“Foi um relacionamento que começou com uma conexão muito grande de amizade e respeito, e evoluiu para uma relação romântica, o que é muito forte. Esse beijo representa como esse relacionamento é importante, e como foi construído de uma maneira cuidadosa”, refletiu Renata.

“Quando você pega a linha do tempo delas, você entende que teve uma construção gigantesca até chegar nesse beijo. Então esse beijo é como se fosse a consequência de um amor que foi amadurecendo com o tempo!”, afirmou Juh.

A roteirista conectou com o surgimento do romance, quando Clara era casada com Theo (Emilio Dantas): “A Clara fala diversas vezes como o relacionamento do Theo era abusivo, e ele vê algo entre mulheres como um fetiche. E eu acho que a Clara ficou tanto tempo com esse homem que ela acabou internalizando isso, achando que nunca poderia sentir amor por outra mulher, nesse lugar romântico”.

“Quando a gente pega todas essas variáveis, da história de cada, e de como foi se desenvolvendo, você entende que o beijo delas foi uma consequência, porque a história delas foi contada, e isso é muito importante, de conseguir colocar uma história completa!”, pontuou a diretora.

Por fim, Renata Corrêa falou dos finais de casais LGBTs em “Vai na Fé”: “É uma novela que fala de esperança, e que fala de conexão profunda entre as pessoas. Eu acho que a gente pode esperar algo nessa linha”.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.