Usar Mafalda e Mônica em brigas ideológicas é desrespeitar seus criadores
Por Esther Rocha - 22/11/23 às 12:31
A recente vitória de Javier Milei na Argentina causou um burburinho nas redes sociais brasileiras, especialmente entre os círculos progressistas. Ilustrações de Mafalda, a personagem icônica do cartunista Quino, chorando e sendo consolada pela Mônica, da Turma da Mônica, simbolizaram a decepção dessa ala. Esse fenômeno reflete a expectativa frustrada da elite progressista brasileira, que acreditava que a Argentina seguiria o exemplo do Brasil em 2022, mas se deparou com um cenário político distinto, mais parecido com o Brasil de 2018.
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Janja cria polêmica nas Redes Sociais
Janja, a primeira-dama do Brasil, chamou atenção ao compartilhar, antes mesmo da derrota de Sergio Massa, uma imagem de Mônica consolando Mafalda com a mensagem “Mejorará”. A postagem gerou polêmica por contrariar as normas diplomáticas esperadas de alguém em sua posição simbólica, especialmente ao adicionar um trocadilho relacionado ao nome do candidato derrotado, Massa: “Que Massa esse abraço!!!”
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Nicole Briones, ex-responsável pelas redes sociais de Lula, expressou no X (antigo Twitter) uma visão crítica sobre a esquerda mundial. Segundo ela, há uma necessidade urgente de reconciliação com as demandas reais da população. Ela enfatiza que enquanto a esquerda se apegar somente a discursos idealistas, sem atender às demandas concretas por ordem e estabilidade financeira, continuará enfrentando desafios eleitorais.
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Resposta em forma de ataque
Em uma virada preocupante, perfis bolsonaristas nas redes sociais alteraram uma charge de Nando Mota, retratando Monica e Mafalda de forma negativa. Essa deturpação de personagens infantis queridos reflete um desrespeito e uma tentativa de manipulação política e gerou críticas e indignação no meio artístico e entre o público em geral.
Distorção de Charge irrita artista
A recente onda de vandalismo digital feita por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro mexeu de maneira negativa entre os admiradores do cartunista argentino Quino e do brasileiro Mauricio de Sousa. A deturpação, que visava apoiar o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, e atacar a esquerda, desencadeou uma série de reações nas redes sociais.
Nando Motta, o desenhista responsável pela charge original, expressou sua profunda indignação com a deformação de seus personagens. A versão original retratava um momento de consolo entre Mafalda e Monica durante as eleições argentinas. Entretanto, a versão alterada incluiu elementos racistas e reforçou estereótipos negativos, causando um impacto negativo no meio artístico e entre os seguidores das histórias em quadrinhos.
Maurício de Sousa também de pronunciou em artigo da “Folha de São Paulo”, deixando claro seu descontentamento com o uso de seus personagens em manifestações políticas.
A Luta contra o vandalismo nas Redes e a Justiça
A charge distorcida ganhou notoriedade nas redes sociais, sendo compartilhada por figuras públicas como o ex-deputado Deltan Dallagnol. Nando Mota, que já enfrentou repetidas vezes o vandalismo digital de apoiadores bolsonaristas, lamentou o ocorrido. Ele também questionou a eficácia do sistema judicial em responder adequadamente ao dano causado por essas distorções criminosas de obras artísticas.
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Falta de Criatividade x Medidas Judiciais
Motta revelou que essa não é a primeira vez que suas charges são alvo de deturpação por parte de grupos bolsonaristas. A recorrência desses atos, que se baseiam na alteração de obras de terceiros ao invés da criação de conteúdo original, levanta dúvidas sobre a capacidade do sistema jurídico de lidar efetivamente com tais infrações.
Uma outra versão da charge, postada por aqueles que se posiciona contra o bolsonarismo também se mostrou infeliz e desrespeitosa. Nela Mônica aparece oferecendo o seu coelho, Sansão, para Mafalta com a frase: “Toma, para bater em facista”.
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Verdade seja dita, o certo seriam consultar os criadores antes de qualquer uso de seus personagens em qualquer tipo de manifestações que fujam de seus contextos originais. Porém, a falta de medidas judiciais eficientes faz da arte um universo sem lei. Que pena.
Milei, Trump e Bolsonaro
Javier Milei conseguiu captar a atenção, especialmente dos jovens argentinos, com uma proposta política que desafiava o status quo. Ele se posicionou como uma alternativa antissistema, semelhante ao que ocorreu com Donald Trump nos Estados Unidos em 2016 e com Jair Bolsonaro no Brasil em 2018. Esta abordagem ressoou com um eleitorado cansado das políticas tradicionais, tanto de direita quanto de esquerda.
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Javier Milei venceu Sergio Massa por 55% a 44% e assume em 10 de dezembro como novo presidente da Argentina. Pesquisas indicavam que Milei teria uma disputa acirrada com Massa, e a vantagem de 11 pontos (3 milhões de votos) surpreendeu a todos.
Idealizadora do site OFuxico, em 2000 segue como CEO e Diretora de Conteúdo do site. Formada em jornalismo pela Faculdade Casper Líbero, desde os anos 1980 trabalha na área do jornalismo de entretenimento. Apaixonada por novelas, séries, reality, cinema e estilo de vida dos famosos.