BBB21 é palco de batalhas equivocadas e falsos militantes
Por Redação - 08/02/21 às 11:40 - Última Atualização: 6 abril 2021
Circo dos horrores. Caos. Treva. Absurdo. Surreal. Inacreditável. Melhor parar por aqui. Preciso falar que o assunto é o BBB21?
A TV, principal meio de comunicação de massa do país, tem nos colocado à prova.
Com 9 participantes que se autodeclaram negros, a 21a edição tinha de tudo para ser incrível, principalmente no que se refere às questões raciais. Muita gente esperava bons momentos, leves e educativos diante das lições deixadas por Babu e Thelminha no BBB20.
Lêdo engano…
Tem sido, exclusivamente por parte dos nossos (aqui vos escreve uma jornalista preta), as maiores demonstrações daquilo que não era esperado.
O país de maioria negra está diante de uma batalha inversa. Às avessas. Para quem esperava reconhecer nossas histórias, culturas e opiniões, desculpe, não rolou e acho difícil rolar.
A empatia que falta lá, agora vai faltar cá, partindo da premissa que a psicóloga que não administra as próprias ideias, chora ao se dar conta de que está tudo errado. Busca tanto as palavras que se perde, se enrola e, acima de tudo, fere.
Mas precisará de sanidade suficiente para lidar com A promotora Eliana Passarelli vai protocolar uma representação contra a ela no Conselho Nacional de Psicologia, por conta das “verdadeiras atrocidades” cometidas por Lumena dentro do reality. A baiana teria quebrado o código de ética da profissão.
“Os psicólogos, assim como promotores e juízes, têm seu código de ética. E esse código de ética é tanto na vida privada quanto na vida pública. E essa moça fez verdadeiras atrocidades lá dentro e eu realmente não entendo como ela poderia ou poderá cuidar de alguém do ponto de vista psicológico”, explicou.
De acordo com a promotora as possíveis punições ficarão a cargo do Conselho. Ela ainda aponta a Globo como coparticipante, por ter exibido tais situações.
Mas voltemos à luta pela igualdade de direitos. Os ativistas negros estão atônitos. E muitos fazem questão de explicar: Karol nunca foi ativista de fato!
O Brasil ainda patina no campo do combate às desigualdades sociais e raciais, por conta do racismo estrutural. Os debates que deveriam ser interessantíssimos no BBB21, não existiram até agora.
Que confuso…
No reality às avessas, a participante branca é chamada de boneca assassina, "muito branca. Palavras de uma negra que prega a igualdade. Atacada, axincalhada pela rapper, de repente é induzida a aceitar um pedido de desculpas e está tudo certo. A cantora viu a luz divina ou o sinal vermelho acendeu em seu inconsciente?
O artista que parece ter descoberto a palavra "desconstrução" ali e não se livra dela, se mostra um coletivo de equívocos.
A falante participante nordestina é alvo de xenofobia pela cantora negra e educada de Curitiba, que – ao menos no Jogo – se diz ativista.
O humorista gaúcho chama o negro não-retinto de encardido e não mostra não ter noção do que seja o colorismo. Mas paga de punho cerrado em defesa dos pretos.
A funkeira, não esqueci. Dorme tanto que aí a briga com o desistente, minutos antes do rapaz deixar do jogo, teve sua participação mais "significativa". E só atacou!
Como assim, minha gente?
O jovem negro que teve um comportamento assustador na primeira semana, ficou marcado por isso. Para ele, o pedido de perdão não valeu. Não há segunda chance para uma pessoa negra, menos ainda para um jovem.
O guri parceiro dos primeiros dias protagoniza um show de horrores e depreciação explícita.
A militante negra, que entende e conhece a dor do seu povo ataca, reprime e humilha, não acolhe a dor de outro negro.
O desfecho? A busca pela paz, fora do jogo, após "se mostrar como é". E mesmo assim, continuou sendo detonado dentro da casa…
E vamos seguindo
O professor de Geografia parece mapear cada um. Fala pouco. Tem errado menos.
Esperava mais ousadia da influencer. Mas foi presente em situações-chave. Está acordada do para os fatos.
O fazendeiro que foi alvo da primeira treta é outro que observa tudo. Atento. Na dele, por vezes não compactua das avaliações do parceiro-ídolo-cantor.
A pandemia tem nos deixado estranhos. E, bem diferente da edição passada, que virou alento do povo confinado em casa, o BBB21 tem machucado, ferido todos nós.
É como cantam Djonga e Cynthia Luz:
"Minha geração chama família os colega de dias
E xinga de filha da puta os família de anos
Se a velha discordou de tu, ela não é mais sua tia
E ‘cê quer falar de empatia, mano?
Tá brincando?!".
Alguém consegue entender esse reality?
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