Com 90 anos de idade, Lima Duarte pretende continuar atuando

Lima Duarte é um dos maiores astros brasileiros, tendo ficado muito famosos por atuar em novelas como Roque Santeiro, O Bem-Amado e Pedra sobre Pedra.

Em entrevista para a Revista Veja, o astro contou um pouco de como tem passado a pandemia, além de seus planos para o futuro.

“Eu faço aniversário no dia 29 de março. No ano passado, completei 90 anos e ia fazer uma festa, mas veio a pandemia e parou tudo”, começou ele.

“Fiquei sozinho. Montei uma sala de cinema particular, com uma TV grande, e fico vendo Netflix e Globoplay”, revelou.

O astro ainda falou de sua visão de como enxerga o atual momento que o mundo vive, comparando com o final da 2ª Guerra Mundial.

“Eu tinha 15 anos. Eu me fiz homem com a guerra de background. Na época, meu pai falou: ‘O que vai ser agora? Com 80 milhões de mortos, o mundo não vai ser o mesmo’. Foi então que ele arranjou uma carona e me falou para ir embora: ‘Não fica neste mato, vai enfrentar o mundo que vem aí’”.

Ele continuou: “Aos 15, cheguei a São Paulo com esse sentimento que temos hoje: que mundo vem agora? Estou preparado? A verdade é que ninguém está. Vamos viver e esperar acontecer”.

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Influenciador e vida profissional

Algo que Lima Duarte realizou durante a quarentena da pandemia do coronavírus foi a experiência de se tornar influenciador nas redes sociais, mesmo que sob influência dos filhos.

“Não entendo nada disso. Meus filhos e netos que acharam que eu tenho muita história para contar e fizeram isso. Eles que gravam e postam, que apertam os botões. Minha relação com a internet é assim: de graça, de susto e de pavor”, explicou o ator, com a ação o ajudando a superar o período em isolamento.

“Sobre o público, o carinho é maravilhoso. Um dia encontrei uma senhorinha que disse ‘gosto tanto do senhor’. Ela tinha tanta ternura nos olhos, e falei: ‘Nós envelhecemos juntos. Você no sofá e eu na televisão’. E é isso, fui passando na TV, as pessoas pensando: ‘Como tá velho esse homem, era bonito’”.

Por fim, ele aproveitou para falar de sua vida profissional, relembrando suas obras e novelas do passado.

“As novelas são meu patrimônio. Thomas Mann diz que vivemos duas vidas. Uma é essa objetiva: nasceu, amou, trabalhou, morreu. A outra é a memória, que é mais longa”, garantiu.

“Eu tenho vivido muito na memória, lembrando da minha jornada na Globo, minha infância, minha mãe, lembranças e lembranças. Com quase 91 anos, minha vida já está acabando. A memória vai persistir”, disse ele, que pretende continuar atuando.

“Tomei as duas doses da vacina e vou fazer Aruanas. A Globo já avisou que em abril vou gravar em Cubatão. Quero continuar trabalhando”.