Corpo de Lygia Fagundes Telles é cremado em cerimônia restrita à família

Por - 04/04/22 às 13:34

Corpo de Lygia Fagundes Telles é cremado em cerimônia restrita à famíliaReprodução/Instagram @palavraparaquetequero

O corpo da escritora Lygia Fagundes Telles foi cremado na manhã desta segunda-feira, 4 de abril, no Cemitério da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo. A cerimônia foi restrita apenas aos familiares. A imortal da Academia Brasileira de Letras morreu na manhã do último domingo, aos 98 anos, em casa e de causas naturais.

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O velório foi realizado no mesmo dia da morte, na Academia Paulista de Letras, localizada no Largo do Aroche. A cerimônia de despedida começou por volta das 18h e terminou às 20h30.

A escritora recebeu diversos prêmios ao longo da carreira. Camões (2005) e o Jabuti (1966, 1974 e 2001) foram alguns. Muitas de suas obras foram traduzidas para alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco. Na extensa carreira, há ainda adaptações de seus trabalhos para o cinema, teatro e TV.

Reprodução/Insatagram

Nascida em 19 de abril de 1923, em São Paulo, Lygia passou a infância no interior do estado. Depois de ser alfabetizada, passou a escrever em seus cadernos da escola tudo o que costuma ouvir. Seu primeiro conto foi intitulado “Vidoca”, de 1938.

De volta à capital, a escritora estudou na Escola Caetano de Campos, colégio tradicional da cidade. Depois, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da (USP) , onde se formou. Neste período, Lygia curiosamente cursou a Escola Superior de Educação Física da mesma universidade.

De acordo com a Academia Brasileira de Letra, Carlos Drummond de Andrade e Erico Verissimo eram os melhores amigos da escritora. Os mesmos a incentivavam para a literatura.

O início da consagração da carreira se deu na década de 1970, período em que esteve em intensa atividade. Na extensa obra que deixa, destaque para os livros “Antes do Baile Verde” (1970), “As Meninas” (1973), “Seminário dos Ratos” (1977) e o livro de contos “Filhos Pródigos” (1978).

Reprodução/Instagram

Em 1985, tornou a terceira mulher a entrar para a ABL. Lá, Lygia fez um discurso histórico. “Imaginai uma reunião na linha dos malditos, dos raros, daqueles que pelos caminhos mais inesperados escolheram a ruptura. Fora do tempo e ocupando o mesmo espaço estão todos em uma sala. É noite. Os gênios ignorados num país de memória curta, que parece preferir os mitos estrangeiros, como se estivéssemos ainda no século 17, sob o cativeiro do reino. Os mitos estrangeiros que continuam sim nos vampirizando. Nós já estamos quase esvaídos e ainda oferecemos a jugular no nosso melhor inglês, o vosso amor é uma honra para mim”.

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