Mãe de Gloria Groove sobre álbum: ‘Meu filho mais novo’

Por - 07/05/24 às 16:24

gina garcia e gloria groove posando com look brancoFoto: Divulgação

Backing vocal por quase 29 anos, Gina Garcia lança seu primeiro projeto solo e dá boas-vindas à nova fase de sua trajetória artística com um álbum que resgata as origens de sua carreira, e que é aguardado ansiosamente por quem gosta de música brasileira.

Relembre anúncio do single ‘Meu anjo’, de Gina Garcia com Gloria Groove

O primeiro single, “Meu anjo”, em parceria com Gloria Groove, chega às plataformas de áudio no dia 08 de maio, a partir das 20h. Já a versão do audiovisual estará disponível no dia 9, às 11h.

Além de Gloria Groove, o projeto de Gina reúne também Preta Gil, Péricles, Marvvila, Assucena, Liniker e Caio Prado em colaborações de “Tô Pronta”, que chega após o sucesso da turnê “Gina canta Gal”.

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Importância do samba para Gina

Em coletiva de imprensa, na qual OFuxico esteve presente, Gina Garcia deu mais detalhes da parceria com Gloria Groove em “Meu Anjo”, assim como do vindouro disco “Tô Pronta”. Primeiramente, ela agradeceu a presença dos jornalistas, e descreveu o dico.

“Meu filho mais novo, estou sonhando com ele há muito tempo, e acho que meus fãs vão adorar esse projeto de samba. São dez músicas inéditas e duas regravações (uma Fátima Guedes e outra de Elis Regina, “Essa Mulher”). Futuramente eu revelo quem são os compositores parceiros”, afirmou ela.

“Comecei cantando em casas noturna de São Paulo, e tínhamos que cantar de tudo. A bagagem que conseguimos montar com esse repertório é bem grande, e a música brasileira sempre falou alto comigo. Tenho como divas de samba desde Elis Regina a Alcione, que considero a Rainha do Samba”, descreveu Gina.

“Posso falar e muita gente, que são divas, e Gal foi uma das que me compôs como cantora, e por isso quis fazer meu Tributo a Gal. Quando acabou, percebi que estava na hora de dar voz ao meu projeto de samba, de MPB. Mas eu não quero me pôr em uma caixinha, eu posso cantar qualquer coisa. Mas amo a música brasileira e é nossa raíz. Só que vou permitir me gravar muita coisa (risos)”, falou a cantora.

“Para mim, o samba é mãe do Pagode, um saiu do outro. O samba vem dessa tradicionalidade lá de trás. […] Tem jovem que não reconhece hino brasileiro regravados diversas vezes. Tem gente do pagode que não conhece ‘Aquarela Brasileira’. […] Se a gente for contar quantas cantoras de samba tem na mão e superar cinco, me aviem, pois foi o máximo que cheguei. Divas do amba foram morrendo com o tempo e fomos perdendo”, comepltou a mãe de Gloria Groove.

Conexão com fãs e base sólida

Gina em seguida falou da sua conexão com os fãs: “Por estarmos no meio artístico, muita gente acha que somo diferentes, mas também temos nosso lugar de fã. Eu também tremo quando converso com alguém que admiro, e isso me aproxima muito do público. […] Eu tenho esse lugar de acolhimento, e reconhecimento com os faz, que faze o impossível para a gente, e precisam desse acolhimento”.

Ela, aliás, explicou o nome do álbum: “Estou pronta e por isso coloquei esse nome no álbum. Se for enumerar tudo que já fiz na minha vida, estarei te falando de tudo que a música pode oferecer. Só não fiz musicais (risos). Porém, muita coisa não pude fazer por encher trilhar a carreira como backing vocal, mas uma bagagem foi construída”.

“O medo paralisa a gente, dá uma enação de conforto, mas quando chegamos nesse lugar, você vê que deu certo e é capaz de fazer a coisas. Por isso eu ‘tô pronta’, como se tivesse começando a minha carreira agora”, garantiu.

Ela também relembrou uma memória antiga: “A Gina compunha música aos 15 anos em uma igreja evangélica, e nunca mais a Gina compositora apareceu, até eu me juntar aos meus parceiros e ela voltar à ativa. Eu conversei com essa ‘gêmea’ do motivo de eu só compor agora, e eu vi que estou pronta para isso”.

Gina e Gloria, um amor além da música

Posteriormente, Gina Garcia descreveu sua conexão com Gloria Groove e a parceria entre elas no single “Meu Anjo”: “Não existe um combinado de mim e Gloria Groove, então não sabia que ela faria um álbum de pagode. Com o tempo, caramba, vi que tinha 12 canções, dez compostas e duas regravadas, e teve espaço para uma parceria com meu filho”.

“Nada foi combinado, nem lançar ‘Incondicional’ no Dia da Mãe. ‘Incondicional’ também foi assim, estávamos vendo TV e ele deu a ideia de lançarmos na época em 2020”, relembrou ela, que também revelou uma história com Gloria Groove na infância.

“Quando Daniel Garcia tinha dois anos e meio, ele olhou para uma nuvem, e disse: ‘eu morava lá. Papai do céu então perguntou para quem eu queria ir, e ele me fez te escolher’. A gente voltava sempre nesse papo, pois criança é lúdica, e ele sempre repetia sem mudar uma vírgula, que era sinal de ser real”, contou a artista, emocionada.

“Por isso, quando meus parceiros perguntaram se eu tinha algo especial para o Dani, eu disse que queria fazer algo para ele, e então conectei com a história do Anjo, e vocês vão ver que se conecta muito. Ele inclusive afirma que ‘Meu Anjo’ é a resposta que dei para ‘Incondicional’”, declarou.

“Demorei 12 anos para ganhar o Dani na minha vida, então Deu com certeza virou e falou: vou te mandar O cara”, ressaltou Gina Garcia.

Desafios da gravação

A artista então comentou o desafio de ela e Gloria gravarem: “Os desafios que enfrentamos até agora foi em agenda. Até estou um pouco mais tranquila, mas a vida dela está uma loucura, e foi difícil gravar o clipe e fazer nossas fotos. Tive que esperar a viagem do exterior acabar, ela e recuperar uma cirurgia e pegar o dia que sobrou. Mas Gloria é tão disposta, tão parceira, que não tem um lado ruim para contar, só a correria dela mesmo”.

Novamente, o amor entre a duas foi ressaltado: “Quando Gloria fez ‘Incondicional’, falei que os fãs estavam pedindo muito uma música nossa em conjunto. Foi até que citei o versículo de Coríntios obre amor, e entrou na música. Quando cheguei em ‘Meu Anjo’, vira a resposta, pois é a música de amor que fiz para ele depois da música de amor eu ele me fez”.

“A relatividade entre elas é o tema do amor. […] É uma música alenta, bonita, para chorar bastante, está em um samba lentinho, mas bonita. Já o clipe fomos para um lugar de céu e nuvem, tal qual a história dele, e quisemos retratar esse lugar, dele me escolhendo de lá, dar essa atmosfera”, garantiu.

Gina detalha as parcerias

Além de Gloria Groove, Gina Garci detalhou as outras parcerias em “Tô Pronta”: “Cada pessoa que escolhi tem valor musical, poético e de representatividade. Gloria não poderia faltar no meu primeiro álbum, ainda mais em música direcionada a ela”.

“Mas Péricles, conheço ele há mais de 30 anos na minha carreira de backing. Para mim, no segmento que estou chegando, Péricles era Rei, e a parceria dele é uma assinatura de que tenho capacidade, pois se ele não achasse isso, não gravaria comigo”, contou ela.

“A humildade ele é tanta, que ele foi me encontrar no camarim, e ainda me abraçou e agradeceu por chamá-lo para participar do meu álbum. Eu falei que eu deveria dizer isso, mas ele então ressaltou a luta de lançar um primeiro álbum, e me deixou em palavras”, celebrou a cantora.

“Marvvila linda e incrível, uma menina dez. Liniker, Preta Gil, Caio Prado e Açucena e Erika Hilton, estão em uma música sobre famílias LGBTQIAPN+, para pedir respeito. Cada uma falou do seus lados nesse assunto e trouxe uma contribuição. Cada feat tem um valor pessoal e musical”, prometeu.

“Preta é uma querida, nossa amizade vem desde de ‘Só o Amor’, que Preta e Gloria gravaram para a novela. Ela fala que eu e ela dividimos a adoção da Gloria Groove, que ela é mãe dela também. Então quando a chamei, ela ficou feliz que finalmente amo trabalhar junto”, concluiu por fim.

Considerações finais

Na reta final da entrevista, Gina Garci ressaltou alguns pontos: “Como falei, finjo costume com esses ídolos da minha vida falando comigo de ‘igual para igual’. Fico ainda passada com isso, vivendo um lugar de presente. Encaro como um presente de Deus e estou aprendendo a receber e aproveitar isso. A Gloria mesmo me faz recomendação. Temo que aprender a receber!”.

“Falei no começo da entrevista que passei de A a Z. Posso cantar qualquer estilo. A música para mim é universal mesmo. Não tenho essa de separar os artistas. No máximo não sei algo que veio depois de mim, como os funks e o flow de Gloria Groove”, brincou ela.

“Tem coisa que não temos capacidade/habilidade, mas o resto, nada e fecha para mim. Quero lançar meu disco de samba sim, mas se resolver gravar outra coisa, vou gravar. Não vou me limitar nem me colocar em caixinhas”, garantiu a artista.

“Finjo costume com vocês também, aprendendo a dar entrevistas. Peço desculpa e fiquei devendo alguma coisa. Mas estou honrada de estar nesse lugar e ser reconhecida por vocês”, finalizou Gina Garcia, em síntese.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.


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