“Aprender a tocar berrante é encher o saco de todo mundo”, relembra Marcos Winter

Por - 08/06/22 às 19:15

Pantanal: Marcos Winter conta detalhes das gravações da primeira versão da novelaReprodução/YouTube

Marcos Winter, que interpretou o personagem Jove da novela original, exibida na extinta TV Manchete em 1990, pode ser visto em um documentário no YouTube contando detalhes minuciosos das gravações de “Pantanal”. Na época, o ator tinha apenas 23 anos e estava descobrindo a dimensão do que era fazer teledramaturgia, ainda mais em uma obra escrita por Benedito Ruy Barbosa.

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“Era uma outra época, era uma outra qualidade de equipamento. Hoje você faz uma novela com uma camerazinha desse tamanho. Cada vez que a gente ia para o Pantanal, eram várias viagens de aviãozinho para levar nada praticamente. Muita gente pode confundir, mas no Pantanal mesmo, a gente só fazia as externas, tudo que era quarto, cozinha, sala era no Rio de Janeiro”, começou.

Ele contou que a única locação externa que existiu de fato foi a tapera da Juma. “Esse era o único cenário interno da novela. E era lindo, porque a equipe iluminava com espelhos. Não tinha muito refletor, essas coisas. O dia em que pegava sol, era incrível”, relembrou ele, com certa nostalgia.

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Winter contou como eram as idas da equipe ao bioma. “Acho que eu fui umas 30 vezes para o Pantanal em um ano. No começo a gente ia, ficava muitos muito dias, porque tinha muita frente de texto, mas aí foi apertando. A viagem era assim: a gente pegava um avião comercial e descia em Campo Grande. De lá, pegávamos outro aviãozinho pequeninho e seguia. Na terceira viagem eu já taxiava o avião, levantava voo, só não tinha coragem de pousar. Mas o resto eu fazia tudo! Pousava no pasto e pronto, já estávamos na sede da fazenda”, recordou ele, rindo.

Nesta entrevista, Winter contou, por exemplo, sobre a “República Livre do Açougue”, um local que antes serviu de abrigo de abate de bois e depois foi adaptado pela equipe da novela para parte do elenco se instalar. “Ali era nosso ponto de encontro, lugar que a rapaziada ficava. Na frente da sede tinha um campinho de futebol. Como a gente não tinha muitas cenas noturnas, porque não tinha um parque de luz grande, normalmente quando o sol caía a gente já se trocava para jogar futebol…”

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“E quando caía a noite, mesmo, eu, Claudio Marzo e o Almir Sater, a gente pegava um barquinho e saia para o meio do rio, com uma garrafinha de cachaça, para pescar. Era um breu!! Às vezes a gente pescava em três e não dava para carregar. Tinha que chamar a galera da fazenda para ajudar. E aí era incrível, depois da pescaria o Almir limpava o peixe, fazia uma fogueirinha, violão, Sérgio Reis, isso era uma curtição incrível”, recordou.

Winter ainda falou sobre contracenar sem tanta experiência e o que costumava ouvir dos veteranos. “Nós dois (ele e Cristiana Oliveira, como Juma) trabalhávamos muito com a intuição. Me lembro muito da Natália Thimberg, que interpretou a avó Mariana, falando ‘vocês não são preparados para fazer isso que vocês estão fazendo, e vocês são muito corajosos por estarem fazendo isso”, recordou.

Ainda no documentário, Winter contou sobre sua engraçada relação com o berrante. “Tinha um cara chamado Zé Capeta. Ele era incrível, tocava até o hino nacional no berrante. Quando cheguei uma vez no aeroporto de Campo Grande ele estava lá e me deu um. ‘Olha, escolhi esse aqui para você, no meio de 80’, e me deu. E então começou essa história de aprender. Aprender a tocar berrante é encher o saco de todo mundo. É como começar a aprender a tocar saxofone, a vizinhança fica doida”, disse ele, novamente aos risos. “Eu eu toco berrante, quando tinha cena de comitiva eu tocava. Eu era o único que não era dublado”, garantiu olhando bem de frente para a câmera.

A íntegra da entrevista com o ator Marcos Winter pode ser vista abaixo.

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