Halle Bailey é alvo de ataques racistas e trailer de ‘A Pequena Sereia’ ganha deslikes
Por Flavia Cirino - 11/09/22 às 13:00
Halle Bailey, protagonista de “A Pequena Sereia”, sofreu mais uma série de ataques racistas. Desta vez, após a divulgação do trailer da live action, que tem lançamento marcado para maio de 2023.
Quando foi revelado que ela interpretaria Ariel no live-action da Disney, alguns dos fãs da animação foram contra a escolha porque Halle é negra.
Leia +: Halle Bailey sente-se honrada por viver Ariel
A Disney liberou o primeiro trailer do musical e logo comentários racistas apareceram: “A Ariel é branca. Aceitem isso”; “Decepcionada que a Ariel não parece a Ariel”; “Não sou racista, mas qual o motivo disso? Você pode criar uma nova princesa e ela ser preta” disseram alguns internautas.
Em contrapartida, houve muitos elogios: “Vocês terão que engolir essa magia negra! A Ariel preta e a princesa preta”; “Muitos falando que a raça de uma sereia é branca, mas sereia nem existe”; “Halle canta muito”.
Um fato chamou à atenção para o racismo declarado: o trailer de “A Pequena Sereia” teve quase 600 mil “deslikes” após a divulgação do visual de Halle. A atriz aparece de dreadlocks nos cabelos.
DISNEY DEFENDE ESCOLHA DE HALLE BAILEY
A adaptação em live action começou a ser trabalhada ainda em 2015, com o anúncio da direção de Rob Marshall. Em formato musical, o filme terá Javier Bardem, Awkwafina, Jacob Tremblay, Daveed Diggs, Jonah Hauer-King e Melissa McCarthy no elenco, além de Bailey como a protagonista.
O musical conta também com o compositor original Alan Menken, quem volta a bordo ao lado Lin-Manuel Miranda.
Ao anunciar Halle Bailey, a Disney defendeu a escolha da atriz e cantora negra como protagonista. Enquanto aconteciam questionamentos por cinta da decisão, a empresa escreveu ‘uma carta aberta para as pobres e infelizes almas’:
“Sim. O autor original de ‘A Pequena Sereia’ era dinamarquês. Ariel… é uma sereia. Ela vive em um reino subaquático em águas internacionais e pode nadar legitimamente onde quer que ela queira (mesmo que isso muitas vezes perturbe o Rei Tritão). Mas, para argumentar, digamos que Ariel também seja dinamarquesa. As sereias dinamarquesas podem ser negras porque os dinamarqueses ‘pessoas podem ser negros'”, iniciava a carta.
“Ariel pode se esgueirar até a superfície a qualquer momento com seus amigos Linguado e o caranguejo jamaicano Sebastião, e manter essa base de bronze firme (…) Os negros dinamarqueses e, portanto, os mer-folk (raça de humanoides que podem viver debaixo d’água), também podem *geneticamente* (!!!) ter cabelos ruivos. Mas alerta spoiler – para trazê-lo de volta ao topo – o personagem de Ariel é uma obra de ficção. Então, depois de tudo isso dito e feito, e você ainda não consegue superar a ideia de que escolher a incrível, sensacional, talentosa e linda Halle Bailey é outra coisa senão uma inspiração de elenco, que é porque ela ‘não se parece com o um dos desenhos animados, oh garoto, eu tenho algumas novidades para você… sobre você.”
ATAQUES RACISTAS SÃO RECORRENTES
Logo que foi confirmada como protagonista do live-action da Disney, Halle sofreu os primeiros ataques racistas. Isso porque na animação original, a filha do Rei Tritão é branca.
“Quero que a garotinha em mim e as garotinhas como eu que estão assistindo saibam que são especiais e que devem ser princesas em todos os sentidos. Não há nenhuma razão que eles não deveriam ser. Essa garantia era algo que eu precisava”, disse ela à Variety.
A intérprete de Ariel é a segunda protagonista negra de um filme do Walt Disney Pictures. Anika Noni Rose dublou a personagem Tiana em A Princesa e o Sapo(2009).
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino