Janja tem perfil invadido e PF entra em ação. Qual o teor dos ataques?
Por Flavia Cirino - 12/12/23 às 09:26
O perfil da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, no X, antigo Twitter, foi invadido na noite de segunda-feira, 11 de Dezembro. A pessoa tomou a página de xingamentos, a partir das 21h37.
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Mensagens, postadas em sequência, desferiram ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Janja e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O perfil também divulgou vídeos, com a tela toda preta. Há narração em áudio, com ofensas. Cerca de uma hora depois, as mensagens foram apagadas.
A Polícia Federal, que já atua no caso, abriu uma investigação preliminar e informou que vai abrir um inquérito nesta terça-feira, 12 de Dezembro. A plataforma também foi acionada.
A conta de Janja tem 1,2 milhão de seguidores. Os dados de acesso indevido serão preservados pela plataforma, o que vai possibilitar à PF tentar identificar os responsáveis pelo ataque.
O que diz a Polícia Federal
Em nota, a Polícia Federal afirmou que “a conta foi bloqueada para novas publicações a pedido da Polícia Federal após postagens ofensivas contra a senhora Janja e o Presidente da República.”
A PF informa ainda que “a Diretoria de Crimes Cibernéticos irá instaurar inquérito policial nesta terça-feira para aprofundar as investigações”.
Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República repudiou o ataque: “Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. Não serão tolerados crimes, discursos misóginos, o ódio e a intolerância nas redes sociais”.
Paulo Pimenta, Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, comentou o ataque e disse que “canalhas hackearam o perfil da Janja”. A postagem foi compartilhada pelo perfil do presidente Lula.
“Serão identificados e responderão por mais esse crime. Os covardes que compartilham e comentam destilando seu ódio, preconceito e violência tb serão identificados”, diz a postagem. “Já foram acionadas a plataforma e a polícia federal. Os criminosos que participam deste crime não ficarão impunes. Todo apoio, carinho e solidariedade a nossa companheira Janja”, completa o ministro.
“O modus operandi fascista é surpreendentemente previsível na hora de cometer crimes: invadem o perfil de uma mulher admirável como a Janja e postam ataques machistas e misóginos, deixando a digital completa do tipo de gente por trás dos ataques. Só não vale dizer depois que eram infiltrados… Que os responsáveis sejam punidos rápida e exemplarmente!”, escreveu o senador nas redes sociais.
Qual o teor das postagens
As últimas postagens autênticas da primeira-dama Janja foram feitas na manhã de segunda-feira, 11, quando ela participou de uma cerimônia no Palácio do Planalto.
O primeiro post do hacker tinha frases como “Super Xandão presidente do Brasil em 2026” e “Eu apoio o mensalão”. Também foram feitas publicações chamando o presidente Lula (PT) de “vagabundo” e textos misóginos.
Por volta das 22h, os hackers publicaram um vídeo detalhando o ataque. Uma voz masculina diz que está “ciente que a Polícia Federal está investigando isso aqui, mas eu não tô nem aí. Eu sei que vai dar alguma coisa, talvez não dê, talvez dê, depende do sistema judiciário desse país que é quebrado, por sinal, e eu sou um cara que julga muito que as leis desse país são frágeis, são uma porcaria e que só tem político roubando”, dizia um trecho.
Acreditando na impunidade, o hacker fez ataques ao presidente Lula: “Então, se eu for preso, eu quero avisar vocês que, não acredito que eu vá ser preso, talvez consequências jurídicas, mas eu quero avisar vocês que isso acontece só com gente honesta que tá aqui zoando um pouco na rede social e sei lá. Agora com bandido Lula corrupto, essas pessoas aí do grande poder do sistema, nada acontece” destacou o áudio.
“Então, antes de vocês me julgarem, questionem esses políticos aí que vocês votaram. Se vocês apoiam ele, continuem apoiando quem você considera útil para o país, mas pelo menos saibam que se você votou em alguém, você tem que cobrar essa pessoa politicamente”, completou o hacker.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino