Quiet On Set: o que aconteceu após a exibição do documentário sobre a Nickelodeon?

Por - 15/04/24

Quiet On Set: Saiba tudo que rolou com Drake Bell, Dan Schneider e outros nomes(Reprodução/Dviulgação/ID/Max)

Atenção: este texto e a série “Quiet On Set” abordam temas delicados e criminosos, como abuso sexual e exploração infantil, e são considerados gatilhos para muitos.

“Quiet On Set: O Lado sombrio da TV Infantil” abordou todas as polêmicas, em ordem cronológica, de uma das gigantes do setor: a Nickelodeon. Você deve se lembrar de várias séries de sucesso do canal, dentre eles “Brilhante Vitória”, “Drake & Josh e “ICarly”.

Todas elas tinham uma mente por trás: Dan Schneider. Durante um longo período, ele competiu de igual para igual com séries hits do canal contra a Disney, que tinham diversos sucessos como “Zack & Cody” e “Feiticeiros de Waverly Place”.

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Após o fortíssimo “Quiet On Set”, as histórias ganharam novas revelações e novos capítulos assustadores e tensos. De fato, as séries que embalaram a adolescência de diversos jovens e que deram um auxílio em dias complicados eram, de fato, recheados de tristeza.

Caso Drake Bell: O pós

Drake Bell começou na Nickelodeon nas últimas temporadas do “The Amanda Show”, comandando por Amanda Bynes. Por lá, ele conheceu o ator e coach teatral Brian Peck.

Brian Peck, condenado há 16 meses de prisão na época do acontecimento. O nome da vítima estava em segredo de justiça, por se tratar de um menor. No documentário, Drake revela que era ele.

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O ator também revelou que seu pai veio saber de tudo muito tempo depois e que hoje em dia tem na terapia e na música as ferramentas para organizar sua cabeça, após anos reprimindo um sentimento e um crime o qual foi vítima.

No mesmo episódio, ele revelou que uma lista de Hollywood haviam apoiado Peck em cartas para reduzir sua pena ou inocentá-lo. Após a declaração pública, alguns nomes se pronunciaram: Will Friedle (Boy Meets World) pediu desculpas em um podcast, alegando que não sabia do caso na sua íntegra.

Sem perdão?

Will trabalhou com Drake em uma série de televisão. Ele sabia do caso, segundo Bell, e nunca houve um pedido de desculpas. O ator garantiu que nunca houve uma tentativa de reconciliação, mas também disse que sente que o assunto poderia ser muito delicado para uma conversa impessoal.

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Ryder Strong, que também assinou e escreveu uma carta atestando um suposto caráter de Brian, disse que houve uma conversa com Drake, após alguns anos. Ele revelou por meio da sua conta no X, antigo Twitter, que perdoou o ator.

Novas acusações

Shane Lyon, do seriado “All That”, foi uma das entrevistas especiais do episódio que fechou a primeira temporada. Ele revelou que não ficou surpreso com a acusação contra Peck e contou que em diversos momentos no set sofreu importunação sexualmente pelo ator.

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O que diz a Nickelodeon

A emissora lançou uma nota, após saber que a vítima mantida em segredo era, de fato, Drake Bell. O ator detonou e disse que sentiu que as palavras da empresa foram “vazias.” Contudo, a empresa diz que tenta criar um “ambiente de trabalho seguro e profissional”.

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“Agora que Drake Bell revelou ser demandante no caso de 2004, estamos consternados e tristes ao saber do trauma que ele sofreu, e elogiamos e apoiar a força necessária para avançar. Embora não possamos corroborar ou negar alegações de comportamentos de produções de décadas atrás, a Nickelodeon, por uma questão de política, investiga todas as reclamações formais como parte do nosso compromisso de promover um ambiente de trabalho seguro e profissional, livre de assédio ou outros tipos de conduta inadequada”, escreveu a emissora em comunicado.

Racismo

O tópico Racismo é pontuado por algumas vezes na série, bem como a misoginia e o machismo. Mas, no episódio especial, outro astro de “All That” falou um pouco mais abertamente, até mesmo revelou que só se reconciliou com sua mãe por conta da série.

Bryan Hearne mostrou momentos em que o racismo estava presente: dois integrantes da série eram negros, apenas ele e mais uma colega, a atriz Giovonnie Samuels. O resto do set, incluindo cargos técnicos, eram pessoas brancas.

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Ele também pontuou que todas as esquetes estereotipadas do programa envolviam ele, como uma em que ele foi um suposto vendedor de doce, com apologia a drogas.

Caso Dan Scheneider

Dan Scheneider foi demitido em 2014, após o movimento Me Too, que deu voz a diversas e inúmeras mulheres, com foco no exposed contra abusos e explorações dentro da indústria.

Com isto, seu reinado acabava. Mas, claro, ao revisitar cenas de “Quiet On Set” ficam bem claro as intenções e piadas de cunho adulto, bem como sua intenção em sexualizar jovens.

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Piadas explícitas com apologia a sexo, jovens menores de 14 anos aparecendo em takes muito mais inapropriados ao lado de homens, cenas que remetem a práticas sexuais com jatos na cara de adolescentes… Sobre isto, em uma entrevista que Dan realizou, ele, de certa forma, debochou, mas pediu desculpas.

Para ele, o fato dos adultos, 20 anos depois, encontrarem malícia nas piadas é curioso. Mas, os próprios se defendem dizendo que eram jovens demais para encontrar o significado oculto do roteiro assinado por ele e uma equipe de homens.

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Outro ponto, é que Dan reconheceu que criava um ambiente tóxico, principalmente para mulheres e tentou se desculpar, dizendo que “faria as coisas diferentes desta vez”. Ele não quis ser entrevistado pela equipe.

Nomes citados, mas sem aparições

Ariana Grande, Jennette McCurdy, Amanda Bynes, Miranda Cosgrove… todas citadas, mas nenhuma se sentiu pronta para contar a sua história.

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Jennette falou sobre o caso anteriormente, em seu livro, mas sem citar nomes, apenas nomeando como O Criador e dizendo que a pessoa no set tinha duas personalidades: era muito doce e suave, mas também humilhava e faziam todos se sentirem minúsculos com sua tirania.

O Final da história?

Os produtores do documentário entenderam duas coisas: sucesso comercial, afinal é um caso que pode ser explorado, muito mais profundamente, e a importância de dar voz para essas crianças que foram exploradas e ‘jogadas fora’. Novos episódios aguardam a aprovação para produção, segundo os próprios.

Vale pontuar que “Quiet On Set” faz parte daquela linha documental que mostra os abusos e suas formas, para além do emocional. Desde muito jovens, essas estrelas lidaram com promessas de carreiras gigantes, um belo crescimento… e no final, a indústria descartou a maioria delas.

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O documentário completo está disponível na HBO Max, com 4 episódios e o especial, que foca na pós-estreia.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha