Renascer: Qual é o segredo do sucesso da novela? Conheça a trama central do remake

Por - 22/01/24 às 12:00

Renascer - José Inocêncio ( Marcos Palmeira ), Maria Santa ( Duda Santos) e José Inocêncio (Humberto Carrão)José Inocêncio ( Marcos Palmeira ), Maria Santa ( Duda Santos) e José Inocêncio (Humberto Carrão) - Foto: TV Globo/Fábio Rocha

Sai o dilema de Aline (Barbara Reis), de “Terra e Paixão”, mas segue a ambição por terras. A partir desta segunda-feira, 22 de janeiro, a saga de José Inocêncio (Humberto Carrão/Marcos Palmeira), um homem obstinado e destemido, que carrega consigo a coragem e a vontade de se tornar alguém na vida, entra em cena, em “Renascer“.

Sucesso absoluto em 1993, na primeira exibição, a obra de Benedito Ruy Barbosa ganha uma releitura pelas mãos de seu neto, Bruno Luperi, mas mantendo a essência da história.

Três décadas depois, “Renascer” segue atemporal com seus mistérios, dramas, amores, vingança e lendas, com direção artística de Gustavo Fernández.  

“Renascer’ pisa em um Brasil mais profundo de forma mais potente. É uma obra épica, atemporal e que está na memória afetiva do público e da televisão, e que agora temos a possibilidade de trazê-las para os dias de hoje. Porque o tempo escreve com a gente. E os valores foram muito ressignificados de 30 anos para cá”, destaca Bruno Luperi.

“Isso determina a maneira como abordar e tratar as narrativas e de como se traduz aquela cena ou dramaturgia para os dias atuais. Ter essa chance de novo é mais um presente que o destino me reservou”, celebra o autor. 

Para Gustavo Fernández, que já havia assinado a direção artística do remake de “Pantanal”, também de Luperi, a oportunidade de reviver um clássico é ainda mais desafiadora.

“É uma grande responsabilidade refazer a ‘novela da vida’ de tanta gente. No fundo é uma história que trata de relações familiares, conflitos, amores, perdas de pessoas queridas, entre outros assuntos. A obra do Benedito é uma dramaturgia atemporal”, reflete. 

Bruno Luperi, autor
Bruno Luperi e Gustavo Fernadez – Foto: TV Globo/ Manoella Mello

A trama 

Após o pacto com Jequitibá, José Inocêncio fica conhecido como uma figura mítica ao se tornar o fazendeiro mais bem-sucedido da região por seus êxitos como produtor de cacau.

Ainda jovem, ele vive uma arrebatadora paixão e desse amor nascem quatro filhos, sendo que o nascimento do caçula resulta na morte da mãe. A fatalidade provoca a revolta em José Inocêncio, que culpa o menino pela morte de seu grande amor. 

A indiferença e a mágoa marcam a relação entre o patriarca e o caçula ao longo da vida. Anos mais tarde, a chegada da misteriosa de uma mulher colocará à prova todas essas emoções, quando pai e filho se apaixonam por ela, renascendo sentimentos que estavam adormecidos ou que até então eram desconhecidos para ambos. 

Maria Santa (Duda Santos) e José Inocêncio (Humberto Carrão) em Renascer
José Inocêncio (Humberto Carrão) e Maria Santa (Duda Santos) – Foto: TV Globo/Fábio Rocha

Primeira fase 

A história começa no início dos anos 1990 na região cacaueira de Ilhéus, no Sul da Bahia. O encantamento pelo Jequitibá, árvore conhecida como a “gigante da floresta” é tão emblemático que José Inocêncio não percebe a aproximação de jagunços.

Sem pertences, ele traz apenas uma garrafa de vidro com um diabinho em seu interior, o que não é notado pelos capatazes do coronel Firmino (Enrique Diaz), que acusam de invasor daquelas terras.

Zé Inocêncio é pendurado de cabeça pra baixo em uma árvore e tenta, em vão, se defender. Ele fica lá, abandonado para morrer. Até que é surpreendido pela aparição de um anjo: o mascate Rachid (Gabriel Sater/Almir Sater) que o salva da primeira das muitas tocaias que ele irá enfrentar em sua jornada. Ao sobreviver, ele ganha a fama de “homem que tem o corpo fechado para morte”. 

A sorte de José Inocêncio

José Inocêncio cruza com pessoas em seu caminho que farão toda a diferença, como Cândida (Maria Fernanda Cândido), viúva de um fazendeiro da região. Ela o encontra em sua fazenda, muito ferido, sem fazer ideia da identidade do rapaz.

A conexão entre os dois acontece no momento em que Inácia (Edvana Carvalho) vê o estado deplorável daquele que está entre a vida e a morte e o ajuda.

Renascer: O que esperar da primeira fase da trama?

Após recobrar a consciência, o jovem forasteiro diz à Cândida que está disposto a ficar com a fazenda para torná-la novamente produtiva. Apesar de incrédula, a viúva entrega a fazenda para José Inocêncio e segue rumo a paradeiro desconhecido. 

Inácia, a cozinheira da fazenda, fica ao lado do futuro coronel e acaba se tornando o pilar da família Inocêncio, ajudando o “coronelzinho” a se livrar dos perigos e das tocaias, com suas premonições. 

Os inimigos do “coronelzinho”

A capacidade de conquistar admiradores e o respeito por onde passa é mais um dos dons de José Inocêncio, como acontece com Deocleciano (Adanilo/Jackson Antunes), seu fiel escudeiro e confidente. Braço-direito e um dos primeiros funcionários na fazenda Jequitibá-Rei, ele o ajuda a construir seu império.

Ao lado de sua mulher, Morena, (Uiliana Lima /Ana Cecilia Costa), Deocleciano será padrinho de João Pedro (Juan Paiva), o filho caçula e desprezado por José Inocêncio, que terá todo o acolhimento do casal desde o nascimento. 

Além de uma legião de parceiros, José Inocêncio tem inimigos que não dão trégua. De olho nas terras que pertenciam a Cândida, Belarmino (Antonio Calloni) e Firmino, coronéis que dominam a região pelo poder e violência, não estão dispostos a dividir o espaço e a venda do cacau com o “forasteiro”.

Belarmino enriqueceu nos tempos áureos do cacau, mas com o avanço da vassoura-de-bruxa nas roças, seu patrimônio desmoronou. Ao tentar se livrar de seu maior desafeto, a vingança surge de forma inesperada.  

José Inocêncio arremata as terras de Belarmino, mas isso terá consequências no futuro. Já de posse das terras que pertenciam a Cândida, José Inocêncio também conquista o respeito e admiração dos moradores da região.

Renascer - Firmino (Enrique Diaz) e Belarmino (Antonio Calloni)
Firmino (Enrique Diaz) e Belarmino (Antonio Calloni) – Foto: Estevam Avellar/ TV Globo

E o amor à primeira vista surge quando ele e Maria Santa (Duda Santos) se veem pela primeira vez. Santinha, como também é conhecida, vive sob as rédeas do pai, Venâncio (Fabio Lago), capataz do Coronel Belarmino, e da submissão da mãe Quitéria (Belize Pombal). 

É justamente no dia em que Maria Santa recebe autorização do pai para acompanhar o cortejo do Bumba meu Boi que ela se apaixona perdidamente por aquele que será seu único e primeiro amor: José Inocêncio. A partir deste encontro, a vida de Santinha mudará completamente. Inocente e sem a experiência com relacionamentos anteriores, Maria Santa acreditará que engravidou depois de beijar o “coronelzinho”. O mal-entendido vai gerar uma reviravolta quando ela for abandonada pelos pais na porta da ‘casa das damas’, de propriedade de Jacutinga (Juliana Paes). 

Além de se tornar uma segunda mãe para a jovem, protegendo e orientando Santinha, Jacutinga atuará ainda como cupido no romance de Maria Santa e José Inocêncio promovendo o casamento deles em sua própria casa e com as bençãos de Padre Santo (Chico Diaz). Mulher de grande sabedoria, ela terá papel fundamental na construção desta família e será a parteira dos quatro filhos do casal: José Augusto (Renan Monteiro), José Bento (Marcello Melo Jr), José Venâncio (Rodrigo Simas) e do caçula João Pedro (Juan Paiva). 

Renascer - José Venâncio (Rodrigo Simas), João Pedro (Juan Paiva) e José Bento (Marcello Melo Jr.)
José Venâncio (Rodrigo Simas), João Pedro (Juan Paiva) e José Bento (Marcello Melo Jr.) – Foto: Fábio Rocha/ TV Globo

A segunda fase

Após 35 anos, desde que o jovem José Inocêncio fincou seu facão aos pés do Jequitibá Rei, ele é hoje, um fazendeiro bem-sucedido. Prosperou nos negócios, mas estagnou na sua vida pessoal. Desde a morte de Maria Santa após dar à luz João Pedro, ele se fechou para a vida e há muito tempo desconhece a alegria de viver. 

Na fazenda, Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) se ocupa com o trabalho nas roças e o investimento no sistema de agroflorestal em busca da produção de um cultivo de cacau sustentável. Na lida e em casa, tem apoio irrestrito de Deocleciano (Jackson Antunes) e Inácia (Edvana Carvalho).  

Dos quatro filhos, o caçula é o único que nunca saiu da fazenda e não tem formação profissional. Os demais foram estudar na capital ainda jovens e repletos de oportunidades se formaram às custas do dinheiro do pai. Zé Augusto é médico, Zé Bento, advogado, e Zé Venâncio, publicitário. 

Mesmo que lhe tivessem sido negadas as chances de se tornar alguém na vida, João Pedro (Juan Paiva) não desperdiçou seu talento ao canalizar suas energias na produção do cacau. É um conhecedor daquelas terras e herdou o talento do pai com o manejo do fruto. Essa é a única conexão entre eles, que carregam mágoas e feridas que nunca cicatrizaram.

Contudo, João Pedro sente enorme orgulho do pai e faz de tudo para agradá-lo e ter sua atenção. Seu único desejo é ter o amor paterno. Mas tudo muda quando a misteriosa Mariana (Theresa Fonseca) chega à casa de Jacutinga (Juliana Paes).

A beleza e o jeito faceiro da moça atingem o rapaz de jeito e ele a leva para morar na fazenda de seu pai, sem imaginar que era o que ela mais desejava. Mariana é neta de coronel Belarmino e de dona Nena (Quitéria Kelly), que a criou com base no ódio que acumulou ao longo dos anos por ter perdido as terras da família para José Inocêncio.

A chegada de Mariana à fazenda Jequitibá Rei dará início a mais um conflito entre pai e filho, que se apaixonam pela mesma mulher. Astuta, ela seduz José Inocêncio, que decide oficializar a união com a jovem para surpresa de todos e grande tristeza de João Pedro. 

Preocupados com o futuro, os filhos mais velhos do fazendeiro decidem se aproximar do pai e voltar para Ilhéus.

Renascer - Mariana (Theresa Fonseca)
Mariana (Theresa Fonseca) – Foto: Fábio Rocha/ TV Globo
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino