Por que Mônica Waldvogel virou alvo de cancelamento? Saiba o que a jornalista fez!
Por Flavia Cirino - 10/10/23 às 12:40
A jornalista Mônica Waldvogel tem sido duramente criticada por após sugerir uma suposta ligação entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Hamas.
A âncora da Globonews afirmou que o governo brasileiro evitou mencionar o movimento islamista palestino ao repudiar os ataques em Israel, mas que havia uma “relação de parte do Partido dos Trabalhadores com os extremistas”.
A repercussão foi imediata, com muitas críticas à jornalista. Diante da repercussão, a GloboNews reagiu. Por determinação do canal, Waldvogel se justificou na edição do “Em Ponto”, na manhã desta terça, 10.
Segundo o canal, Mônica não se referiu ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado por alguns representantes do partido em 2021, o que não configura, desta forma, uma determinação oficial da sigla.
O que Monica Waldvogel disse
Segundo a âncora do matinal, um suposto vínculo entre o partido e o grupo terrorista é o que teria levado o governo brasileiro a não repudiar diretamente os ataques do grupo.
“Um dos pontos que chamaram a atenção foi o fato de que o governo brasileiro procurou não mencionar o nome do grupo Hamas. Há relações de parte do Partido dos Trabalhadores, de encarar como resistência, por causa do fato de que não há negociações para oferecer o melhor status para a Palestina”, disse a jornalista.
O vídeo sofreu várias críticas de representantes da esquerda, que afirmaram que a relação é falsa. Até o fechamento desta reportagem,o PT não havia se pronunciado sobre o assunto.
Lula se referiu aos atentados como “terroristas”
Em nota no último sábado, 07 de outubro, data que iniciou o ataque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não mencionou o nome do grupo Hamas, mas se referiu aos ataques como “terroristas”.
“Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas. O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU”, disse o presidente.
“Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”.
O que disse a Globo
A Globo sal em defasa de Monica Waldvogel, A emissora garantiu que não houve erro e que a informação é verdadeira, ressaltando que em 2021, alguns deputados do PT divulgaram um manifesto defendendo o Hamas como resistência a Israel.
Veja a nota da Globo na íntegra:
“Mônica Waldvogel vai reiterar que se referiu, não ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado, em 2021, por representantes do partido.
Nele, os signatários afirmam que:
‘Resistência não é terrorismo!
Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de ‘organização terrorista’, alegando falsamente que o Movimento palestino seria ‘fundamentalmente e radicalmente antissemita’.
Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes. Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos.
O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender.
A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino.
Brasil, 23 de novembro de 2021.’
A emissora reiterou que, no site do programa, os assinantes poderão encontrar os nomes dos seguintes deputados do PT que assinaram o manifesto:
Deputado Zeca Dirceu (PT-PR);
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Deputado Alexandre Padilha (PT-SP);
Deputada Érika Kokay (PT-DF);
Deputada Professora Rosa Neide (PT-MT);
Deputado Enio Verri (PT-PR);
Deputado Helder Salomão (PT-ES);
Deputado Nilto Tatto (PT-SP);
Deputado Padre João (PT-MG);
Deputado Paulão (PT-AL).
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino