Diretor de ‘Dogville’ e ‘Melancolia’ é diagnosticado com doença de Parkinson

Por - 09/08/22 às 10:09

Cineasta Lars von Trier - retratoO cineasta dinamarquês está em tratamento contra a doença - Foto: Grosby Group

O diretor dinamarquês Lars von Trier, de 66 anos, foi diagnosticado com doença de Parkinson. Na segunda-feira, 08 de agosto, a produtora do cineasta informou que ele terá participação limitada na promoção de sua próxima série de TV, “Kingdom Exodus”.

“Lars está em forma e está sendo tratado por seus sintomas. A doença significa que Lars só participará de entrevistas de forma limitada até a estreia neste ano”, indicou a produtora Zentropa em um comunicado.

Leia +: Veja quais famosos sofrem com a doença de Parkinson

Segundo o comunicado, von Trier está otimista e vem tratando os sintomas enquanto trabalha na terceira e última temporada da série de TV “O Reino”, sobre um hospital assombrado.

A produção, cuja primeira temporada foi lançada em 1992 e a segunda em 1994, terá a nova fase estreada no Festival de Veneza, ainda este mês, como um filme de cinco horas. Ela será lançada em cinco episódios na plataforma da Viaplay e na emissora dinamarquesa DR ainda este ano.

QUEM ERA LAS VON TRIER

Apontado como o “enfant terrible” do cinema contemporâneo, o renomado e controverso, Lars von Trier foi um dos pioneiros do movimento cinematográfico Dogma 95. Entre seus filmes estão longas como “Dançando no Escuro” (2000), estrelado pela cantora islandesa Bjork, pelo qual ganhou a Palma de Ouro de melhor filme em Cannes em 2000; “Dogville” (2003), “Anticristo” (2009), “Melancolia” (2011) e “Ninfomaníaca (2013)”. 

Em 2011, Von Trier foi banido do Festival de Cinema de Cannes depois de brincar que era nazista em uma entrevista coletiva para promover o filme “Melancolia”, um longa de desastre incomum estrelado por Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg.

ENTENDA A DOENÇA DE PARKINSON

A doença de Parkinson, também conhecida como mal de Parkinson, é uma doença crônica degenerativa que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge 1 a 2% da população mundial acima dos 65 anos e aumenta com a idade.

Essa condição causa a degeneração das células que produzem a dopamina, responsável por diversas funções cerebrais e por conduzir as correntes nervosas ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos da pessoa, causando tremores, rigidez e instabilidade da postura.

No geral, o Parkinson possui mais probabilidade de aparecer em indivíduos acima dos 60 anos. Entretanto, uma pequena parcela dos pacientes pode ter a doença em idades mais jovens, normalmente por uma causa genética.

O mal de Parkinson não tem cura, porém existem tratamentos com a intenção de garantir o mínimo de qualidade de vida para os pacientes.

Quais são os sintomas?

Tendo em vista que a doença de Parkinson afeta os movimentos dos pacientes, ela apresenta sintomas motores, sendo que os principais são: lentidão dos movimentos, em velocidade e amplitude, rigidez, tremores e instabilidade postural.

Além disso, também surgem sintomas como: depressão, ansiedade, alterações do sono, diminuição do olfato, constipação, esfincteriana urinária, entre outros.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do Parkinson pode ser feito por um médico, geralmente um neurologista, durante uma consulta, por meio do histórico clínico e do exame físico do paciente.

A confirmação do diagnóstico é dada quando há a identificação da bradicinesia – a lentidão dos movimentos, em velocidade e amplitude – junto com um dos outros sintomas da doença, como tremor de repouso, instabilidade postural e rigidez. O médico também precisa reunir outros exames para auxiliar no diagnóstico, pois eles ajudam a descondierar outras condições que podem se parecer com o Parkinson, mas que são diferentes.

Sendo assim, normalmente, são utilizados exames laboratoriais para investigar a existência de outras possíveis patologias, infecções, doenças da tireoide, entre outros aspectos.

No caso de exames de imagem, são feitos exames como a ressonância magnética do crânio, o ultrasson transcraniano e exames PET e SPECT do crânio com o objetivo de avaliar o dano na substância negra do cérebro.

Quais são os tratamentos?

Levando em consideração que não existe uma cura para a doença de Parkinson, os tratamentos são voltados para combater os sintomas e retardar o seu progresso. Tudo isso é feito a partir do uso de medicamentos, cirurgias, fisioterapias e terapias ocupacionais. Para alguns casos, também é indicada a fonoaudiologia, principalmente para quem apresenta problemas com a fala e a voz.

Com a utilização de remédios, é possível controlar os sintomas por vários anos. No entanto, com o avanço da doença, eles acabam ficando mais fortes e passam a responder menos às drogas disponíveis, mesmo com dosagens maiores. Também há várias terapias complementares que auxiliam e controlam o avanço da doença, garantindo o bem-estar do indivíduo por mais tempo.

Siga OFuxico no Google News e receba alertas sobre as principais notícias sobre famosos, novelas, séries, entretenimento e mais!

---

É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino