BBB 24: ‘Filho macho’ de Davi e outras problemáticas no reality
Por Murilo Rocha - 16/04/24 às 15:13
Atenção: esta matéria visa analisar comportamentos considerados problemáticos que ocorreram no “BBB24”. Em nenhum momento imputa ou taxa uma ofensa a qualquer um dos participantes.
O dia está acabando no “BBB24” e, em poucas horas, o novo milionário sai da casa com mais de 2 milhões no bolso. O final do reality deixa certos gostos amargos em uma parte do público e na outra… talvez nem seja uma questão.
Acontece que uma coisa que houve com frequência nesta edição são as pautas extremamente relevantes discutidas de forma constante nas redes sociais, dentre estas: homofobia, machismo e capacitismo ganharam tópicos de conversa fora do “BBB”.
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Todos os temas têm sua importância para diversos indivíduos, que vivem preconceitos na pele dia após dia e no reality não foi diferente. Relembre alguns casos.
Homofobia
Por diversas vezes o tema ganhou debates: afinal, podemos taxar alguém de homofóbico em um contexto micro? Não é muito correto, mas podemos dizer que as falas tiveram esse teor e afetar uma bela porção de minorias por aí.
Por diversas vezes, falas com a palavra “macho” ganharam o palco. Recentemente, Davi disse: “Eu queria ter um filho homem, ensinar a ser macho”. Isso é uma fala problemática que machuca, e muito, uma grande porção de LGBTQIAPN+ por todos os lugares.
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Muitos crescem ouvido coisas assim para todos os ciclos: escola, pais homofóbicos, amizades tóxicas, relacionamentos tóxicos… a lista é imensa.
Em outro momento, em uma briga com Nizam, ele disse que “era macho e não viado”, outra fala muito problemática, pois se julga que nenhum homossexual performa sua masculinidade por apenas amar alguém do mesmo sexo.
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Capacitismo
O capacitismo, que é quando há falas problemáticas contra pessoas PCD, também esteve em alta. Por diversas vezes, Beatriz ouviu que “tinha probleminha” ou que “faltavam parafusos” Fernanda foi uma das pessoas mais expostas com isto.
Em outro momento, até mesmo sua maternidade atípica entrou em pauta. Do lado de fora da casa e ciente do que disse, a Loba prometeu que irá revisar suas ações e falas, reconhecendo o erro.
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Racismo
Entra ano e sai ano, o racismo é um dos temas mais discutidos dentro da casa e fora dela. Neste ano, com um favorito preto, não poderia ser diferente. Desta vez, o racismo estrutural entrou muito em pauta, para além do racismo e do considerado ‘racismo recreativo’, como aconteceu no ano passado com Sarah Aline e Bruna Griphao.
Fora da casa, chuva de comentários em cima de Leidy, Raquele, Davi, Juninho… todos, sem excessão, foram vítimas de palavras que dão dor no estômago de ouvir.
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Há quem aponte que o racismo estrutural foi o que colocou certa parte da casa, principalmente Wanessa Camargo, contra Davi: falas problemáticas, comportamentos agressivos, e, até mesmo, reprodução de esteriótipos em cima do motorista de aplicativo.
Outro ponto: dentro do programa, Leidy teve uma conversa muito necessária sobre reprodução e validação de palavras, uma vez que Luigi a chamou de ‘macaca’ e, posteriormente, repetiu em uma conversa no quarto. É preciso se atentar antes de falar.
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Esvaziamento de Pautas
Se temos pautas importantíssimas que urgem um debate aprofundado para a mudança, existiram também pautas esvaziadas dentro deste “BBB”. O famoso caso do ‘Calabreso’ foi um deles.
Uma verdadeira gíria regional virou palco para uma discussão sobre gordofobia, quando se te preconceito contra pessoas gordas. E nisto, uma pauta que necessita de conversas sérias, foi banalizada.
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A acusação de assédio que Alane fez contra Juninho também foi gravíssima. O programa tem o dever de zelar pelos seus participantes e, vale pontuar, que naquela semana, Tadeu alertou que se fosse o caso, o motoboy teria sido expulso.
Pautas sobre o corpo, por exemplo, ganharam palco na discussão de Fernanda e Alane. Muito embora ambas tenham dito coisas sobre o corpo uma da outra, a pressão estética é muito além de um xingamento em uma discussão.
Machismo
Talvez o primeiro grande assunto da temporada: o machismo. Yasmin Brunet foi palco de uma conversa entre Nizam, Rodriguinho, Luigi e Vinícius Rodrigues falaram sobre o corpo da loira.
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Com isto, por diversas vezes esse tema voltou nesta mesma edição do “BBB”. Não é preciso pontuar, ou não deveria ser necessário, que falar sobre o corpo de uma mulher e julgar sua aparência é considerado machismo e que este tempo já passou.
Mas, não foi só isso. Por diversas vezes o “Psiu” de Davi ganhou repercussão, como um momento dele se impor em cima de mulheres ou quando, após a discussão com Leidy, ele disse: A mulher, por ser mulher, tem que se colocar no lugar dela, para ter o respeito do homem”. Uma fala pautada no machismo.
Agressividade
Por fim, vale lembrar que a agressividade foi um tema muito discutido e culminou em uma briga de MC Binn e Davi. Mas, anteriormente,Rodriguinho havia dito que iria ‘dar um soco’ no baiano ou ‘uma voadora’ e por aí vai.
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Embates vão acontecer, é natural. Mas, ameaça é crime e deveria, no mínimo, ser evitado para milhares de câmeras na casa mais vigiada do Brasil. O BBB não deveria ser palco para certos acontecimentos, afinal é um jogo e não um ringue.
O caminho é longo
A gente deve se atentar as mudanças e nos adaptar a estas novas regras para respeitarmos o lugar de cada um. Orientação sexual, gênero, corpo, cor de pele… já passou da hora de não ser colocado em pauta contra qualquer um. Ninguém merece.
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Devemos, também, pontuar que o meio é importante. Sim, aquele lugar que você cresce e ouve coisas que nada mais são do que reproduções estruturais de preconceitos, carregados por séculos de existência e que levam tempo para serem desconstruídos.
Mas, essa é a chave! Desconstrução. Estamos sempre nela e focados em transformar o mundo em um lugar habitável a todos. O conhecimento existe e deve ser usado a nosso favor, inclusive dentro de qualquer edição do “BBB”.
Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha